Em busca de imóveis mais espaços e mais qualidade de vida, os proprietários estão adotando uma nova estratégia para juntar dinheiro e comprar um novo apartamento sem fazer dívidas — a mudança de bairro. Dados de uma pesquisa feita pela empresa Loft, aplicativo para a compra de imóveis, mostram que para 64% dos proprietários a receita obtida com a venda do imóvel será aplicada na compra de um novo. O levantamento ouviu mais de 300 interessados em negociar seus imóveis. Quase 20% pretendem adquirir imóveis em outras vizinhanças.
O objetivo é evitar o endividamento ou o financiamento imobiliário. Segundo especialistas, esse movimento têm contribuído para novas rotas de migração de pessoas que deixaram bairros mais valorizados na Zona Sul, com apartamentos menores e mais antigos, em busca de imóveis maiores, mais novos e confortáveis em bairros menos valorizados.
Segundo o levantamento, os imóveis à venda estão sendo, em sua maioria, utilizados para moradia pessoal (85%). Outros 15% são fonte de investimento ou de geração de renda. Indagados sobre o motivo da venda, 27% dos entrevistados consultados disseram que pretendem mudar para um imóvel maior.
Para Bartolomeu Cavalcanti, gerente geral da Loft no Rio, em tempos de confinamento e trabalho remoto, o espaço do lar ganhou mais destaque e as pessoas estão procurando apartamentos mais confortáveis. Segundo ele, a pesquisa revela que a busca por apartamentos maiores, e a mudança de bairro têm como principal motivo a busca por imóveis mais adequados às suas necessidades.
— Os números mostram que os proprietários, em sua grande maioria, vão usar o dinheiro obtido com a venda de seu imóvel atual para comprar um novo, maior, muitas vezes em um novo bairro — observa Cavalcanti.
Espaço para home office
Outro item que está no topo da lista de desejos dos adquirentes de imóveis é um espaço para trabalhar em casa. Pesquisa da plataforma Homer indica que 45% dos corretores de imóveis apostam que os residenciais, com espaço para home office, vão liderar as buscas de potenciais compradores. Somente 10% acreditam que a busca por compactos/estúdios será maior, e 3% apostam nos imóveis comerciais.
Livia Rigueiral, diretora-geral da plataforma Homer, afirma que a pandemia acelerou uma mudança no comportamento das pessoas. Segundo ela, a necessidade de trabalhar em casa, imposta pela pandemia, despertou nelas a necessidade de mais espaço para abrigar o "escritório", e mais áreas de lazer para aproveitar os momentos de folga em tempos de distanciamento social.
— O mercado precisa se adaptar rapidamente para atender a essa nova demanda — comenta a executiva.