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01/07/2020

Mais perto e ainda mais prático: tendência em alta no setor imobiliário

Apartamentos de quarto e sala em bairros cheios de atrações viram o chamariz de novos empreendimentos cariocas, como já acontece em metrópoles como Paris e Nova York

Em vez das moradias enormes e afastadas, apartamentos quarto e sala mais eficientes, em bairros vibrantes das cidades. Essa tendência, que tem mudado a cara do setor imobiliário em cidades como Londres e Nova York, reflete transformações sociais recentes, como o aumento do número de solteiros, divorciados e a redução do tamanho das famílias. Por aqui, a mudança de perfil já pode ser vista em novos empreendimentos.

Cada vez mais estamos vendo o aumento de pessoas que buscam imóveis menores, e o quarto e sala é uma excelente opção para assim morar em bairros mais valorizados, atraindo pessoas que não querem gastar horas no trânsito e buscam um investimento mais rentável atesta Carolina Lindner, gerente comercial da Mozak, empresa com mais de 26 anos de experiência no segmento.

É o caso de dois prédios que a construtora se prepara para lançar na Zona Sul do Rio: o Tropí, no Leblon, e o Verdê, no Jardim Botânico. Os projetos, cujas unidades estão à venda na planta, ficam em pontos privilegiados dos dois bairros. Na vizinhança, restaurantes, charmosos centros comerciais, múltiplos serviços e cenários dignos de cartão postal. Nos apartamentos, transparece como esse novo público quer viver, sem excessos, mas com muito aconchego e praticidade.

Há uma demanda muito crescente por imóveis de apenas um quarto, ou no máximo dois, em bairros valorizados nas grandes capitais, isso por dar uma rentabilidade maior em questão de aluguel e custo menor com despesas em geral atesta Sergio Bessa, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas.

Os dois lançamentos contam com a assinatura da Mozak, dedicada a empreendimentos de alto padrão. Ambos trazem projetos arquitetônicos com retrofit, ou seja, que incorporam elementos de fachada e estrutura dos imóveis históricos originais. O processo permite construir prédios com toda a comodidade moderna sem perder o diálogo com a paisagem urbanística e a memória dos bairros.

São edifícios que tiveram, em sua construção, metodologias construtivas diferentes das atuais. Nos deparamos com boas surpresas, como o pé direito amplo — conta Thiago Tavares, da Tavares Duayer, responsável pelo design de interiores do Tropí, pontuado por elementos retrô nos revestimentos e acabamentos, como o granilite e o latão.

O Tropí é um projeto que contempla desde apartamentos de 30 metros quadrados, ideais para solteiros no início da vida ou casais cujos filhos já saíram de casa, a coberturas de 137 metros quadrados, com três quartos. Oito unidades são do tipo garden, com terraços, outra tendência quente nos empreendimentos atuais. Tudo isso a uma quadra da praia do Leblon, perto de dois shoppings e a poucos passos do metrô.

No Verdê, as vilas do Jardim Botânico, um dos bairros mais arborizados do Rio, inspiraram o projeto da RAF Arquitetura. A opção foi manter a fachada eclética do casarão original e modernizar seu interior, além de construir uma torre inteiramente nova ao fundo, para abrigar 32 apartamentos, também com diversas metragens e configurações. A proposta é oferecer flexibilidade para acolher vários estilos de vida, inclusive no padrão visual do interior das unidades, que podem ser customizadas pelos proprietários.

Criamos duas opções, que chamamos de vila e urbano. Uma é mais rústica e a outra, contemporânea. A diferença está nos acabamentos, materiais, marcenaria explica Fernanda Carminate, da PKB Arquitetura, que ficou a cargo dos interiores.

Para quem quer adquirir um imóvel como forma de investimento, essa versatilidade é uma das vantagens de optar por empreendimentos na planta. A outra é o preço, que costuma ser mais atrativo que o do apartamento finalizado.

Com a queda nas taxas de juros, as aplicações na renda fixa se tornam menos interessantes. A alocação de parte dos recursos em imóveis surge como alternativa de diversificação de investimentos. Um imóvel é uma proteção de patrimônio. Aconteça o que acontecer, aquele ativo estará lá nas mesmas condições — defende Bessa

FONTE: O GLOBO