Startups brasileiras de base tecnológica registraram 78 fusões e aquisições entre janeiro e agosto, superando o volume 61 movimentações em 2019, mas os investimentos ainda perdem para os números do ano passado, revela o estudo Inside Venture Capital Brasil, da empresa de inovação Distrito.
“As grandes empresas entenderam que a economia digital veio pra ficar e estão buscando comprar startups para acelerar sua transformação digital”, afirma Gustavo Gierun, co-fundador da Distrito, ao Valor.
As startups receberam US$ 1,42 bilhão em investimentos em 268 rodadas de negociação entre janeiro e agosto. O volume de investimentos é 28% inferior ao total de US$ 1,98 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Em agosto foram movimentados US$ 189,3 milhões, 31% abaixo do volume alcançado em agosto de 2019.
Gierun explica que o primeiro bimestre foi recorde em volume de negócios e investimentos, superando US$ 322 milhões, mas o movimento perdeu força com a pandemia. “Os fundos concentraram energia em entender o momento e ajudar as startups a atravessarem a crise”, explica.
Os setores que mais receberam investimentos nos últimos 8 meses foram fintechs (US$ 543,6 milhões), setor imobiliário (US$ 183,3 milhões) e de cadeia de suprimentos (US$ 155,8 milhões).
Superar 2019 será difícil por conta de grandes rodadas em empresas como Gympass, Loggi e Creditas, que colaboraram com US$ 687 milhões dos US$ 3,16 bilhões investidos no ano. “O número de transações deve ser maior, a liquidez segue elevada, mas o volume será menor justamente pelas grandes rodadas do ano passado”, prevê Gierun