O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que o Novo Marco de Garantias, lançado pelo governo federal nesta quinta-feira (25), terá papel fundamental na recuperação econômica, atuando como “grande alavancador”.
Ele destacou ainda que a medida melhora o perfil da dívida pública, uma vez que permite maior número de operações com prazos mais longos e taxas mais baixas, quando comparado ao crédito sem garantia.
“Quando trabalhamos no programa percebemos que o Brasil tem um estoque enorme de imóveis, com um grande percentual já pago. Ou seja, tem um volume de ativo fixo na mão das pessoas e que não é usado para alavancar crédito, para gerar recursos. Instrumento que gera crédito, gera dinheiro na economia sem contrapartida fiscal”, explicou.
A medida cria diretrizes para o uso do valor já pago de um imóvel como garantia em operações de financiamento. O mesmo imóvel pode ser utilizado como garantia em mais de um empréstimo.
Campos Neto ainda observou o potencial de aumento das atividades no setor imobiliário, gerado, em cadeia, mais emprego e renda para trabalhadores.
Para o chefe do BC, o programa melhora o ambiente de negócios e ainda promove maior inclusão. “O potencial do crédito imobiliário é totalmente subutilizado no Brasil e entendemos como um grande alavancador da economia. Temos um enorme potencial de ativos que não estão sendo utilizados”, reforçou.
Tecnologia é ferramenta
Campos Neto também defendeu a tecnologia como a melhor e mais eficiente ferramenta de inclusão. Nesse sentido, ele destacou a criação do Pix, com pagamentos instantâneos, e antecipou que o BC terá um projeto piloto da moeda digital já em 2022.
Segundo ele, o Pix já retirou mais de 40 bilhões de papéis moeda do mercado. “O Pix custou R$ 15 milhões e é a maior revolução que tivemos no mundo de pagamentos recente. Então, eu digo que a tecnologia é o instrumento mais eficiente e mais democratizante que temos”, completou.