A taxa de vacância dos imóveis comerciais de alto padrão em São Paulo fechou o ano de 2020 em alta e deve subir ainda mais a partir do segundo trimestre, quando serão colocados no mercado cerca de 130 mil metros quadrados em lajes de escritórios.
O percentual de espaços vagos está entre 17,2% e 22,4%, dependendo da consultoria. De 16,1% no último trimestre de 2019, a Newmark projeta que a vacância em São Paulo tenha chegado a 20,8% ao fim do ano passado.
O cálculo considera um estoque de 4,89 milhões de metros quadrados, entre imóveis premium (os triple A, no jargão do mercado) nas regiões mais cobiçadas, como o eixo Berrini-Chucri Zaidan e a Faria Lima, e os demais padrões.
Nos cálculos da consultoria Buildings, a taxa de vacância desses imóveis em São Paulo está em 17,2%. O estoque total de edifícios corporativos na capital paulista chega a 11,2 milhões de metros quadrados, distribuídos em 1.560 prédios. Desses, apenas 247 são considerados de alto padrão. Para a JLL, ficou em 22,4%.
A adoção do home office e a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19 foram fatores de pressão sobre o índice de espaços vagos, mas não os únicos. A oferta também cresceu em 2020, ao mesmo tempo em que as firmas entregavam espaços ou desaceleravam contratações.
Relatório da Newmark sobre resultado do mercado no ano passado aponta a possibilidade de a crise sanitária ter dado início a uma “fase de transformação das ocupações”.
Mariana Hanania, diretora de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark, diz que a taxa responde a uma combinação de fatores. “O peso maior foi a entrega de estoque novo. Foram 211 mil metros quadrados, volume alinhando à média histórica, em um ano em que a demanda deu uma arrefecida”, afirma.
No quatro trimestre, a absorção líquida do mercado de escritórios —uma espécie de saldo entre o que estava disponível e o que acabou sendo ocupado— ficou negativa em 5 mil metros quadrados. No ano, o saldo negativo foi de 46 mil metros quadrados.
A absorção bruta, ou seja, o total de espaços que acabaram negociados, ficou em 226 mil metros quadrados em 2020. Para Mariana, da Newmark, o resultado mostra que as negociações continuaram acontecendo, mesmo que em um ritmo menor ante as devoluções.