Crescimento em vendas e valorização dos apartamentos novos bem acima da inflação. Num ano marcado por eleições presidenciais e Copa do Mundo, o mercado de lançamentos imobiliários continuou aquecido. É o que mostra a mais recente pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica.
O levantamento mostra um crescimento de 15% nas vendas de apartamentos novos em Curitiba, de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja: 5.537 imóveis residenciais novos foram vendidos na capital paranaense.
Consequentemente, o Volume Geral de Vendas (VGV) teve alta no período, de 16,2%. Dessa forma, o mercado imobiliário de Curitiba chegou à marca de R$ 3,2 bilhões em imóveis novos comercializados, em 2022.
Para o sócio e fundador da BRAIN Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, o resultado é fruto da redução de incertezas, o que aconteceu à medida em que especialmente o cenário político ficou mais claro. Além disso, a demanda manteve-se aquecida em 2022, apesar de um cenário econômico desafiador – mas melhor que o do ano anterior.
“As pessoas que efetivamente mantiveram condições de comprar um imóvel, compraram. Além disso, imóveis são considerados reserva de valor e os preços estavam aumentando. Elas foram aos plantões e perceberam que, se não comprassem, estariam perdendo dinheiro, porque, guardado, ele não estava acompanhando o valor do imóvel”, diz.
Valorização dos imóveis novos –O mercado imobiliário em Curitiba vem registrando aumento no preço por metro quadro, conforme atestam os estudos da Ademi-PR/BRAIN.
O preço dos apartamentos novos registrou alta de 17,2% no último ano, tendo setembro como mês de referência. Assim, o preço médio do metro quadrado privativos para imóveis residenciais em Curitiba ficou em R$ 10.910,00. À título de comparação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve variação de 7,16% no mesmo período.
Para o presidente da Ademi-PR, Luiz Gustavo Salvático, a pesquisa mostra a “maturidade do mercado”. “O mercado reagiu bem a toda incerteza que tivemos, porque teve maturidade”, argumenta.
Segundo o dirigente, o setor veio de um período de pico muito grande logo no início da pandemia, puxado pela ideia de morar bem, que logo depois foi se acalmando.
“Agora, o mercado imobiliário está num momento de estabilidade: as pessoas continuam querendo melhorar suas casas e estão com condições financeiras para isso, mas estão mais ponderadas, analisando melhor. Isso transpareceu aos incorporadores, que rapidamente entenderam o momento e adaptaram seus negócios”, avalia.
Matéria publicada em 14/12/2022