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20/09/2021

Mercado imobiliário do DF projeta crescimento de 65% nas vendas

Procurar por unidades maiores e mais confortáveis é a principal demanda recebida pelas imobiliárias. Na avaliação do setor, cenário se manterá positivo até o próximo ano. Noroeste, Águas Claras e Samambaia são as regiões mais atrativas do mercado

Apesar da crise econômica vivida em outros setores da economia, o mercado imobiliário vive um bom momento no Distrito Federal. Aquecido, as perspectivas de crescimento no setor chegam a considerar um aumento de 65% no volume de vendas até o fim do ano, se comparado a 2020. A mudança de hábitos e a procura por locais maiores e mais confortáveis são algumas das razões que motivam o crescimento. Na avaliação da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), o cenário deve permanecer positivo até o começo do próximo ano. “Aproximadamente 95% dos nossos associados acreditam que o mercado irá se manter como está ou melhorar nos próximos meses. Apenas 5% acreditam em uma piora no setor. Realmente, nossas pesquisas demonstram um bom desempenho, mesmo que 2020 tenha sido um bom ano”, explica Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Ademi. Eduardo destaca, além do volume de vendas, o de lançamentos que deve aumentar. “Estimamos, em relação ao lançamento de empreendimentos, algo em torno de 35%”, avalia. O presidente da Ademi detalha que o Noroeste, Águas Claras e Samambaia são as regiões administrativas com o melhor desempenho da capital.

O cenário positivo também é destacado por Paulo Duarte, da Paulo Duarte Imóveis. “A pandemia foi um dos motivos que ajudou o mercado imobiliário, pois havia incerteza nos outros investimentos e as pessoas retornaram a algo mais seguro, que poderia ter um retorno mais certo”, avalia. O teletrabalho também é um dos motivos listados por Paulo: “as pessoas não estavam acostumadas a trabalhar em apartamentos, em locais apertados. Como começaram a ficar tanto tempo em casa, passaram a desejar mais conforto. Essa foi a maior demanda: pessoas querendo espaços maiores, casas com mais quartos ou com área de lazer”, afirma.

Paulo explica que, atualmente, o crescimento está mais consolidado. “Antes havia certa euforia nas pessoas. Agora eles estão mais racionais, mais conscientes. O crescimento que vivemos agora, depois do começo da vacinação, é um crescimento sólido, com os compradores analisando com calma as ofertas, fazendo comparativos, verificando taxas de juros e melhores financiamentos”, analisa.

Há 15 anos corretora de imóveis, Danielly Almeida, 41 anos e moradora do Lago Norte, destaca que o mercado vem aquecendo há pelo menos dois anos. “Inclusive houve um reajuste no valor dos imóveis e mesmo assim a demanda continua alta porque os juros bancários estão baixos e favoráveis. Estamos na lei de oferta e da demanda”, analisa. Para ela, o cenário se mantém nos próximos três anos. “Tudo indica que fique melhor, pois observamos o número de lançamentos que as construtoras têm feito e temos muitos previstos para 2022, 2023 e 2024. Afinal, esse é um ótimo momento para se fazer a aquisição da casa própria, porque os juros estão baixos. Contudo, é indispensável um bom profissional que acompanhe esses compradores”, destaca.

O educador financeiro e economista Francisco Rodrigues alerta para alguns cuidados que os compradores devem ter. “É preciso fazer um planejamento de longo e médio prazo para verificar se essas aquisições cabem no bolso. É necessária cautela para que o sonho da casa própria não se torne um pesadelo”, alerta. A sugestão do economista é procurar um consultor, e ter paciência na hora de avaliar a compra. “É preciso analisar com cuidado para não acabar se endividando. Decisões muito emocionais podem ser perigosas. A pessoa tem que ter consciência financeira e não se esquecer de colocar na conta gastos extras que podem aparecer. Ela precisa ter um orçamento que permita lidar com os imprevistos”, afirma.

Consultor e professor de administração e ciências econômicas do Centro Universitário IESB, Renan Sujii, orienta, também, aqueles que preferem juntar dinheiro para comprar o imóvel à vista. “Primeiro, a pessoa deve seguir fielmente o que planejou de guardar todo mês. Outra preocupação é que o imóvel pode se valorizar e quando ele for comprar, o preço pode ser mais alto”, pontua.

Mas o financiamento também requer os seus cuidados. “Precisamos entender que essa é uma das decisões financeiras mais importantes da vida do indivíduo. Por isso, vale se atentar às linhas de crédito e sempre tentar reduzir ao máximo o tempo que durará as parcelas. Na hora de escolher o financiamento tem que ver se envolve uma taxa fixa, IPCA (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo), poupança e afins. Cada uma delas tem seus pontos fortes e fracos. Fazer uma lista de prós e contras pode facilitar na escolha de qual modalidade seguir”, sugere.

Realização

A consultora de crédito imobiliário, Luana Matais, 36 anos, moradora do Tororó, deu o primeiro passo para construir novo projeto este ano. “Compramos um terreno comercial no Tororó, porque meu esposo tem uma empresa de comunicação visual e queremos montar a sede lá”, conta. A compra foi realizada em meados de abril e o casal está apenas esperando o alvará da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) para começar a construção da segunda etapa do projeto. “Vamos construindo aos poucos. O objetivo é construir três andares, o primeiro será a serralheria da empresa, em cima queremos colocar o escritório e no terceiro pavimento duas quitinetes”, conta Luana.

Larissa Nery, 26 anos, auxiliar administrativa e moradora de Valparaíso de Goiás, também já comprou seu imóvel em Ceilândia, mas se mudará apenas no começo do próximo ano. “Vou me casar e meu noivo já tinha um lote em Samambaia. Fizemos algumas análises e percebemos que, para construir, o custo seria alto e levaria tempo. Por isso, pensamos em um projeto que pudesse nos fornecer um teto rápido. Mas, antes de finalmente comprar a casa, analisamos as taxas de financiamento e usamos o dinheiro do lote para dar de entrada”, explica.

A profissional de relações internacionais Natália Castro, 28 anos, destaca que ela e o marido optaram por pesquisar. “A gente tinha uma reserva de dinheiro para aplicação, mas não sabíamos se era o momento de fazer esse investimento ou algum outro. Percebemos que estava na hora quando os valores dos imóveis começaram a aumentar”, conta. Para ela, o ideal é pesquisar bastante antes de tomar qualquer decisão. “É necessário procurar alguém de confiança, imobiliária ou corretor, que possa ajudar. Devo confessar que comprar essa casa foi uma das melhores decisões que a gente tomou. Antes ficávamos em um apartamento, mas faltava uma área de lazer para receber os amigos e fazer alguma confraternização”, finaliza.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE