Estudo divulgado ontem pelo Sindicato da Habitação (Secovi) apurou que, entre agosto de 2018 e julho de 2019, foram comercializados 3.827 imóveis novos em Campinas. O resultado representa uma elevação de 92% em relação às 1.993 residências vendidas e contabilizadas no último levantamento, realizado em igual período em 2017/2018. Nesse mesmo intervalo, foram lançadas na cidade 4.467 unidades, volume 29,7% superior ao período anterior, quando os lançamentos totalizaram 3.445 residências. O resultado do Estudo do Mercado Imobiliário de Campinas feito pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP em parceria com a Robert Michel Zarif Assessoria Econômica - foi comemorado.
“Nós estávamos precisando disso”, disse o diretor regional do Secovi Campinas, Marcelo Coluccini. “Nós até estávamos esperando um resultado bom, mas esse foi surpreendente”, acrescentou ele.
Para o diretor, o desempenho é resultado de dois fatores em especial: aumento da confiança do consumidor que veio após a adoção de medidas de taxas de juros, e a adoção de novas políticas atreladas à inflação.
Para Coluccini, a atualização da legislação urbanística de Campinas como o Plano Diretor e a nova Lei de Uso e Ocupação de Solo - aprovados recentemente - ainda não começaram a surtir efeitos. “Ainda não deu tempo”, explicou.
No levantamento do Secovi, os imóveis de dois dormitórios econômicos destacaram-se em todos os indicadores, entre agosto de 2018 e julho de 2019, registrando a maior quantidade de lançamentos (3.111 unidades), de vendas (2.820 unidades), de oferta final (1.827 unidades) e o maior VGV (R$ 509,1 milhões).
Considerando-se todo o período de estudo em Campinas, de agosto de 2016 a julho de 2019, os lançamentos totalizaram 9.849 imóveis residenciais, sendo que, desses, foram comercializadas 6.793 unidades. As vendas resultaram em um montante de R$ 2,147 bilhões. O produto que mais se sobressaiu no período, em lançamentos e vendas, foi o de imóveis de dois dormitórios econômicos, com metragem de até 45m² de área privativa e preço inferior a R$ 230 mil.
Estoque - Em termos de estoque, Campinas encerrou julho de 2019 com a oferta de 3.056 unidades disponíveis para comercialização. O montante corresponde a um crescimento de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando houve o registro de 2.959 imóveis não vendidos. Esta oferta é formada por unidades na planta, em construção e prontas (estoque), lançadas nos últimos 36 meses (agosto de 2016 a julho de 2019).
O diretor regional do Secovi avalia que o mercado imobiliário de Campinas passa por um momento de grande fortalecimento desde o ano passado, e as condições são favoráveis para a manutenção deste cenário.
“No último levantamento a gente já havia registrado aumento, mas a base (de comparação) ainda era muito ruim”, diz Coluccini
“O significativo aumento das vendas e o crescimento dos lançamentos superaram as expectativas do setor. Por conta disso, as empresas vêm se preparando para esse novo momento e muitos projetos estão em fase de aprovação na cidade, o que deve evitar o esgotamento de unidades em estoque”, afirma ele.
VGV - Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o Valor Global de Vendas (VGV) totalizou R$ 1 bilhão, volume 50,7% superior ao registrado no levantamento passado, quando atingiu a marca de R$ 730 milhões. Nos mesmos 12 meses, o indicador VSO (Vendas sobre Oferta) - que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas - ficou em 55,6%, representando crescimento de 38,3% em relação aos 40,2% apontados no período anterior.
Faixa - Os imóveis com metragem até 45m² lideraram em termos de lançamentos (2.805 unidades), vendas (2.359 unidades), oferta final (1.582 unidades) e de valores (R$ 451,1 milhões) no período de agosto de 2018 a julho de 2019. Já os imóveis com metragem entre 65m² e 85m² de área útil tiveram melhor desempenho de comercialização lideraram no mesmo intervalo de tempo, ao atingir um VSO de 63,7%.
Valores - Os imóveis com valores até R$ 230 mil destacaram-se no período analisado e registraram a maior quantidade de lançamentos (3.111 unidades), vendas (2.844 unidades), oferta final (1.829 unidades), valores (R$ 513,9 milhões de VGV) e melhor desempenho de comercialização, com VSO de 60,9%.