Com o aumento da população de 60 anos no país, o mercado imobiliário encontrou um novo filão: empreendimentos voltados aos idosos, que unem independência, lazer e cuidados. Um mercado de alto potencial, na definição das construtoras, não somente pela demanda, mas porque parte do público-alvo tem bom poder aquisitivo e está em busca de uma vida confortável. O IBGE estima que a fatia de pessoas com 60 anos ou mais no país saltará de 15,13% este ano para 32,18% em 2060.
O modelo que está sendo desenvolvido no Brasil é inspirado nos Estados Unidos, onde há residenciais para vários níveis de dependência dos idosos — da total autonomia ao cuidado em tempo integral. Segundo o arquiteto e urbanista Vicente Giffoni, que tem dois projetos em andamento por lá, os americanos estão bem à frente dos brasileiros. Lá, a tendência, diz, são os villages, uma espécie de pequenos bairros planejados, com toda a estrutura:
— Os moradores são idosos, mas têm saúde, adoram festa, convívio, esporte, e esses espaços proporcionam tudo isso.
Um dos empreendimentos tem 120 apartamentos, adaptados com portas mais largas para passar uma cadeira de rodas — ou para um cuidador caminhar ao lado do idoso —, piso nivelado, botão de pânico nos cômodos, barras de apoio opcionais no banheiro e câmeras de segurança.
Além disso, o prédio conta com posto de enfermagem 24 horas, para primeiros socorros, e áreas de convivência, como restaurante e espaços para ginástica, churrasco e home theater. Estes espaços foram importantes para a Leda Courtes, de 87 anos, e Terezinha Dieguez, de 83 anos, que se tornaram amigas no residencial.
Matéria publicada em 17/10/2022