Mesmo na pandemia, o mercado imobiliário teve grande crescimento nas vendas, estimuladas pela baixa taxa de juros, que ficou em 2% por cinco meses. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), entre julho de 2020 até julho de 2021, o volume financiado com recursos da poupança (SBPE) chegou a R$ 185,6 bilhões de reais, o que representa um aumento de mais de 100% em comparação com o período anterior.
Por conta do movimento de alta de juros atual, os bancos subiram os juros do financiamento, menos a Caixa, que prometeu redução. Neste cenário, integrantes do setor imobiliário ouvidos pelo blog afirmam que o patamar de 6,25% ao ano ainda está bem baixo em comparação ao passado recente e, por isso, não estão assustados com o aumento.
- Mesmo com a elevação da Selic, ainda não estamos sentindo uma desaceleração nas vendas. Neste momento existe uma escassez de projetos em fase de entrega de obras devido a falta de lançamentos na pandemia. A alta não deve impactar tanto ainda porque há falta de estoque para suprir a demanda compradora - afirma Ronnie Sang Jr., CEO e fundador do AoCubo, imobiliária digital.
Para Flavio Wrobel, diretor da W3 Engenharia, ainda é viável usar o crédito imobiliário mesmo com o aumento recente feito pelos bancos:
- Ainda com esse aumento da taxa Selic, ela continua em patamar bastante inferior na comparação com o boom imobiliário entre 2008 e 2012. É um cenário ainda muito benigno e propício ao crédito imobiliário - afirma ele.
Sang Jr., do AoCubo, salienta que a alta ainda está em um nível muito abaixo do que foi quando a Selic estava em mais de 14%.
- Portanto, para quem utiliza o crédito imobiliário como parte de pagamento, ainda é muito viável adquirir a casa própria com a Selic atual.
Sanderson Fernandes, diretor da Avanço Realizações Imobiliárias, acredita que o movimento do Copom é um movimento necessário porque é preciso conter a alta dos preços dos insumos que, para a construção civil, está sendo um grande problema.
- A Selic nesse patamar de 6% ainda é boa e, mesmo chegando a 7% ou um pouco mais, o cenário continua positivo. Com relação ao mercado imobiliário, as taxas de juros praticadas hoje de 7% a 8% ao ano são favoráveis para o cliente. Vale lembrar que, no caso do Rio, o estoque de imóveis nos últimos anos baixou muito, mas ainda existe um déficit habitacional que precisa ser atendido no estado.