Nas últimas semanas, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros Selic, que hoje está a 5,25%. Em consequência disso, as principais instituições financeiras privadas do Brasil também subiram suas taxas de financiamento e crédito imobiliário, em cerca de 0,5 a 1,0 ponto porcentual, chegando perto de 8% ao ano.
Para o advogado especialista no mercado imobiliário e diretor da Faber Magna Investimentos, Robert Furden Jr., ainda assim é uma boa hora para comprar imóveis utilizando de crédito, pois vale lembrar que historicamente as taxas estiveram bem maiores nos últimos anos e que esse aumento, apesar de dificultar, ainda não impacta profundamente o poder de compra.
“Se considerarmos o momento atual, posso dizer que ainda vivemos algo interessante no mercado. É importante ter temperança e considerar todo o período dos últimos vinte anos, vale lembrar que essa taxa de juros, que hoje está na faixa de 5%, já superou a casa dos 20%. Então, ainda é um momento bom para comprar imóvel por meio de financiamento e, apesar do aumento dos bancos, isso ainda não inviabiliza o acesso ao crédito para o consumidor que deseja comprar imóveis”, comenta o especialista.
Para Furden Jr., apesar do aumento da taxa Selic e consequentemente do crédito imobiliário, o impacto está reduzido. Esse encarecimento torna o financiamento mais caro, porém, ao observar o que está por vir no curto prazo, o poder de compra não é profundamente afetado, “É um bom momento para comprar imóvel recorrendo ao financiamento, há ofertas geradas pela crise, mas devemos ficar em estado de alerta e até mesmo acelerar os passos em alguns casos, pois pelas projeções de mercado e indicadores do Banco Central do Brasil, o custo do crédito ficará mais caro nos próximos meses”, complementa.
Alta de preços no mercado imobiliário
O preço de venda dos imóveis residenciais subiu 0,64% em julho, segundo o Índice FipeZap divulgado em agosto. Essa é a maior variação mensal desde agosto de 2014.
Para o especialista da Faber Magna Investimentos, isso está relacionado à elevação dos preços dos custos da construção civil e somado ao aumento da taxa Selic, que por sua vez reflete no crédito e acarreta em maior preço final de aquisição. A Selic foi elevada como medida monetária visando conter a escalada da inflação. Ele ainda conclui que a médio prazo isso poderá refletir negativamente no mercado de crédito, em especial o imobiliário, mas por enquanto o cenário ainda é favorável para a compra de imóveis.
“A inflação está subindo com força e um dos mecanismos para controle dela é o aumento da taxa Selic. Sendo assim, a decisão foi acertada, para alguns até tardia. Porém, vale destacar o fato de estarmos ainda em um patamar baixo no comparativo histórico dessas taxas no Brasil. Em curto prazo o cenário poderá se deteriorar. Está posto um ambiente mundial de elevação do custo de crédito, fato que impõe maior impacto no financiamento imobiliário, visto que normalmente os contratos são de longo prazo. Por enquanto considero o momento saudável, há boas oportunidades e os preços dos imóveis subiram menos que a inflação. O crédito ainda é abundante e barato, destaco também outras modalidades de aquisição de imóveis, tal como em leilões com preços atrativos.”, conclui.