Notícias

25/08/2020

Minha Casa Minha Vida respondeu por 56% dos imóveis residenciais lançados no 2º trimestre

Número de novas unidades caiu 60,9% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra levantamento da CBIC

A maioria dos imóveis residenciais lançados no país no segundo trimestre deste ano foi do programa Minha Casa Minha Vida. Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostra que o programa respondeu por 56% das novas unidades de 132 cidades pesquisadas.

No total foram 16.659 novos imóveis residenciais, queda de 60,9% em relação ao mesmo  período ano passado, quando foram apresentadas 42.619 unidades.

Os dados fazem parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, e foram apresentados em entrevista coletiva online realizada pela CBIC com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, vice-presidente Celso Petrucci, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa.

Pelas projeções do presidente da CBIC, José Carlos Martins, se considerados todos os imóveis residenciais de todo o país, a  participação do Minha Casa Minha Vida sobe para 75%.

Uma nova modelagem do programa, o Casa Verde Amarela, deve ser lançado pelo governo nesta terça-feira. A proposta prevê juros mais baixos e possibilidade de reformas para construção de novos cômodos como banheiro, quarto, cozinha, com recursos públicos.

De acordo com a CBIC, o lançamento de imóveis registrou queda de 20% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. Já as vendas caíram 16,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano, e 23,5% frente ao mesmo período do ano passado. O primeiro semestre fechou com resultado negativo de 2,2% em comparação a 2019.

Na avaliação do presidente da CBIC, apesar do auxílio emergencial ter incentivado o setor da construção civil com o aumento de vendas de materiais no varejo, o aquecimento do setor imobiliário está mais associado às baixas taxas de juros. 

O cenário de juro baixo no país, o isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus e a categorização da construção civil como atividade essencial fizeram o resultado do semestre apresentar estabilidade, segundo Martins.

— Os empresários estavam temerosos de realizar lançamentos no início da pandemia. Mas, agora,  70% deles pretendem lançar o mesmo volume que estava planejado no início do ano. A expectativa do setor para o futuro é boa, porque isso significa geração de emprego. Vamos ter uma retomada no setor, pois o interesse de compra das famílias está no mesmo nível pré-pandemia — afirma Martins.

Projeção de crescimento

A projeção é que no segundo semestre os lançamentos cresçam entre 25% e 30%, segundo a CBIC. Segundo o vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, a expectativa é de que lançamentos e vendas, neste ano, fiquem entre os volumes de 2018 e 2019.

— O nosso sonho é ter um ano de 2020 bastante parecido com 2019, mas deve ser difícil com o resultado do primeiro semestre. Devemos ficar entre lançamentos e vendas no patamar de 2018 e 2019.

O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, afirma que as ações implementadas pelo governo como o auxílio e benefício emergencial, as medidas tributárias, o trabalho com os setores produtivos e a questão de crédito ajudam o panorama da construção civil.

— A nossa situação de retorno é muito superior a outros países do BRICS, exceto a China. Não é que nós vamos voltar em V, já estamos em V. Não há mais dúvida — afirma Costa em referência à fala do Ministro da Economia Paulo Guedes sobre a recuperação econômica do país.  

FONTE: O GLOBO