BRASÍLIA - O ministro das Cidades, Bruno Araújo, reconheceu nesta segunda-feira, 6, que há uma "série de aperfeiçoamentos" que deve ser feita em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida, mas minimizou a revelação de que mais das metades dos imóveis apresentam algum problema, conforme revelado hoje pelo Estado. "É uma forma de leitura, eu não sei se o enfoque dado está correto. Preciso ver o estudo", disse.
Conforme mostrou a reportagem, quase metade dos imóveis destinados ao público mais carente do Minha Casa Minha Vida, construídos entre 2011 e 2014, apresentam algum problema ou incompatibilidade em relação ao projeto. Fiscalização do Ministério da Transparência identificou falhas em 48,9% dos imóveis da faixa 1 do programa de habitação, que contempla famílias que ganham até R$ 1,8 mil. De um total de 688 empreendimentos, foram identificadas falhas de execução em 336, que concentram quase 93 mil unidades.
Os principais problemas são trincas e fissuras (30,8%), infiltração (29%), vazamentos (17,6%) e cobertura (12,3%). Os problemas não são excludentes, ou seja, um mesmo imóvel pode ter mais de uma determinada situação. A grande maioria dos problemas identificados está relacionada com falhas ou deficiências dos ambientes por causa da incidência de água.
Distrato - Questionado sobre se o acordo em relação aos distratos imobiliários - devolução em caso de desistência da compra de um imóvel - teve avanços ou tem data para ser anunciado, o ministro afirmou que o assunto ainda é algo que está sendo discutido dentro do governo. "Não há nada de objetivo decidido em relação à questão da regulamentação do distrato", afirmou.
Presente na coletiva, o ministro do planejamento, Dyogo Oliveira, disse que ainda há uma discussão sendo feita sobre o tema. "Não há nenhuma definição, não há nada para ser anunciado a esse respeito", disse.