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12/04/2024

Mitre e AHI apostam no alto padrão com serviços como diferencial (Valor Econômico)

Apartamentos estúdio poderão ser operados por bandeira da Atlantica; cidade tem onda de projetos residenciais com hotéis

A Mitre e a Atlantica Hospitality International (AHI) firmaram parceria para oferecer serviços hoteleiros em residenciais de alto padrão da incorporadora, com a bandeira Radisson Service Apartments, inédita no país.

 

O acordo inclui, inicialmente, dois empreendimentos, na rua Itapeva e no Brooklin, em São Paulo, que somam 481 unidades, da linha Haus Mitre. Os projetos têm apartamentos grandes e estúdios. As unidades compactas estão à venda e podem ser incluídas em um pool da Atlantica, para locação de curta a longa temporada.

 

Os apartamentos maiores não ficam no pool, mas poderão ser atendidos pelos serviços de hotelaria, como concierge, arrumação e alimentação, pagos à parte.

É uma evolução de parceria já firmada em 2020, para estúdios de padrão médio. Naquele caso, a Atlântica adotou a marca Roomo, que cobra preços até 25% abaixo de hotéis da mesma área, segundo o CEO Eduardo Giestas. No caso da Radisson Service Apartments, a tarifa deve ser mais “dinâmica”. Nos apartamentos da Mitre, a operação tem dado retornos entre 8% e 12% ao ano para os investidores, segundo a incorporadora.

 

A associação com marcas de hotelaria tem sido uma saída do setor imobiliário para lidar com estúdios, que acabaram incentivados pelo Plano Diretor de 2014, em São Paulo. A revisão da lei, feita no ano passado, tornou esses incentivos mais “flexíveis”, o que pode reduzir a oferta de compactos em lançamentos futuros.

 

De qualquer forma, a incorporadora quer manter o laço entre hospitalidade e alto padrão. “Ainda que não faça apartamentos compactos, por questões de mudança de Plano Diretor, essa fusão é indissociável”, afirma o CEO Fabrício Mitre.

 

O primeiro projeto com a Radisson Service Apartments deve começar a operar no início de 2025. O segundo será lançado neste trimestre.

 

Segundo Mitre, essa fusão também é uma forma de diferenciar seu produto da concorrência, que correu para o alto padrão com a subida dos juros do financiamento imobiliário. “Nos diferenciamos trazendo esse tipo de coisa que ainda não é muito usual no Brasil”, diz, citando o empreendimento Fasano Itaim, entregue pela Even no ano passado, como exemplo de residencial que conseguiu unir serviço e marca e ser valorizado.

A própria Even tem outro projeto nesse sentido, o Faena São Paulo, que vai trazer a bandeira americana e mesclar residencial e hotel.

 

A Helbor entregou em março os apartamentos residenciais do seu empreendimento W, que terá no segundo semestre a operação da bandeira W Hotels, da Marriott, também inédita no país. As unidades residenciais também poderão contratar os serviços do hotel.

A Cyrela faz algo similar por meio da Charlie, empresa de locação na qual tem participação, e que opera empreendimentos vendidos para fundos. A empresa inaugurou em dezembro o primeiro prédio inteiro da marca Charlie, com serviço de hotelaria.

 

Giestas afirma que a cidade tem uma rede hoteleira defasada e que os residenciais com serviços de hotelaria podem suprir a demanda que não está sendo atendida adequadamente. “Vemos oportunidade grande para esse produto se disseminar e a marca se estabelecer no mercado em São Paulo”, diz.

 

A Mitre comprou em 2022 a marca Daslu e cogita usá-la também no segmento de residenciais com serviços, segundo o diretor de hospitalidade Leandro Cássio. “Queremos parceiro que tenha background forte em serviços para acoplar isso com a marca”. A empresa quer lançar um empreendimento Daslu nos Jardins. 

FONTE: VALOR ECONôMICO