A incorporadora Mitre terminou o quarto trimestre com lançamentos com valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 660,4 milhões, alta de 9,1% sobre o mesmo período de 2022, segundo prévia operacional divulgada no começo da noite desta segunda-feira (15). Foi lançado um empreendimento no trimestre, o Haus Mitre Edition NY, maior projeto da empresa em VGV. O projeto terminou o ano 21% vendido.
As vendas líquidas somaram R$ 314,3 milhões no trimestre, queda de 1,7% na base anual.
A velocidade de venda, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO), ficou em 12,2%, ante 15,5% um ano antes.
A Mitre reverteu tendência de queima de caixa dos trimestres anteriores e apresentou geração de R$ 35,7 milhões entre outubro e dezembro. No acumulado do ano, afirma Rodrigo Cagali, diretor-financeiro, houve queima de caixa. O valor não foi informado na prévia operacional. “Já tínhamos expectativa de geração de caixa no final do ano e início de 2024, estávamos corretos”, diz.
Segundo ele, a geração de caixa futura virá dos repasses de unidades prontas. A Mitre entregou 1,5 mil unidades em 2023, alta anual de 487% — metade disso no quarto trimestre.
De outubro a dezembro, os distratos somaram R$ 36,9 milhões, queda de 21,4% na comparação anual.
A Mitre decidiu não lançar no quarto trimestre o seu primeiro projeto fora de São Paulo, e o primeiro com a marca Daslu, que comprou em 2023. O empreendimento em Trancoso (BA) deve ser lançado “nos próximos meses”, segundo Cagali.
Acumulado do ano
No ano, a Mitre aumentou o VGV dos seus lançamentos em 15,1%, para R$ 1,6 bilhão. As vendas líquidas chegaram a um recorde de R$ 1 bilhão, crescimento de 25,9% sobre 2022.
O estoque da empresa também cresceu, em 23,8%, para R$ 2,1 bilhões, dos quais 2% são de unidades já entregues.
A VSO da companhia em 12 meses foi de 31,4%, estável sobre o ano anterior. Para Cagali, esse valor é positivo, porque permite terminar o ciclo dos empreendimentos, que levam, em média, três anos e meio, quase sem estoque pronto.
Expectativa para 2024
A Mitre prevê lançar no segundo semestre seu primeiro empreendimento com a marca Daslu em São Paulo, nos Jardins.
Segundo o diretor-financeiro, a expectativa é atingir lançamentos com VGV semelhante aos últimos anos. “Temos banco de terrenos para isso”, afirma.
A empresa também espera condições macroeconômicas melhores do que no ano passado, com queda da taxa Selic para menos de dois dígitos, o que terá efeito psicológico sobre os compradores, segundo o executivo. “Embora essa queda não chegue tão rápido na ponta, para o cliente, psicologicamente ela ajuda”.
O estoque de São Paulo também segue “comportado”, afirma o executivo, sem excesso de oferta, o que poderia ter impacto negativo sobre os preços dos imóveis.