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31/03/2020

Mitre mantém planejamento para 2020, mesmo com disseminação do coronavírus

O presidente da Mitre ressalta que não houve mudanças nos fundamentos do setor imobiliário de oferta e demanda, assim como na condição de taxas baixas de juros

Apesar da pandemia do novo coronavírus, a Mitre Realty decidiu manter seu planejamento para 2020. Conforme o presidente da companhia, Fabrício Mitre, informou ao Valor, a projeção traçada para o ano já previa concentração de lançamentos no segundo semestre. A incorporadora atua nos segmentos de média, média-alta e alta renda na capital paulista.

“Até maio, não vemos necessidade de revisão do nosso plano de negócios. Se a questão se estender por mais tempo, vamos revê-lo, diz Mitre, acrescentando que, no cenário considerado pela empresa, “as coisas estarão mais controladas até maio”.

 

Os funcionários administrativos estão trabalhando em sistema de home office, mas as obras prosseguem normalmente. “Há um acordo entre o setor, sindicatos, prefeituras e estados para que haja controle nas obras, mas sem interrompê-las”, diz Mitre.

Segundo o executivo, o impacto de mais curto prazo do coronavírus para o setor será a desaceleração das altas dos preços dos imóveis.

 

Na sua oferta inicial de ações (IPO), a incorporadora captou quase R$ 1 bilhão para investir no desenvolvimento do banco de terrenos atual e para continuar a comprar áreas na cidade de São Paulo. No fim de 2019, o estoque de terrenos da Mitre correspondia ao Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 4,2 bilhões. Do total de áreas, cerca de 90% tem pagamento vinculado à aprovação final do projeto pela Prefeitura de São Paulo.

 

De acordo com Mitre, mercado de terrenos está menos disputado do que antes de o coronavírus chegar ao Brasil. “Um freio de arrumação era necessário para o setor. Já começávamos a ver, no mercado, empresas assumindo premissas de ganhos de preço bastante elevados para tornar viáveis aquisições caras”, diz o executivo. Segundo ele, com os recursos captados no IPO, a incorporadora terá oportunidades para “expandir negócios e fazer boas aquisições”.

 

O presidente da Mitre ressalta que não houve mudanças nos fundamentos do setor imobiliário de oferta e demanda, assim como na condição de taxas baixas de juros. “O efeito do coronavírus será grande neste trimestre e no segundo na atividade econômica, mas se trata de fenômeno passageiro”, afirma.

Segundo o executivo, a Mitre tem conseguido descontos em grandes contratos de suprimentos e mão de obra.

FONTE: VALOR ECONôMICO