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19/01/2016

Momento desfavorável

Dos 239 imóveis colocados agora à venda pelo governo, 61 estão localizados no Distrito Federal e 58 em Minas Gerais. No DF, serão disponibilizados 30 apartamentos funcionais no Plano Piloto, além de duas residências oficiais na Península dos Ministros.

A União administra cerca de 550 imóveis funcionais no Distrito Federal, e a venda desse tipo de patrimônio não ocorria desde o governo de Fernando Collor (1990-1992). A iniciativa, de acordo com o secretário do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Guilherme Estrada Rodrigues, “busca melhorar a gestão dos imóveis públicos”.

Das 239 unidades colocadas agora à venda pelo governo, 61 estão localizadas no Distrito Federal e 58 em Minas Gerais. No DF, serão disponibilizados 30 apartamentos funcionais no Plano Piloto, além de duas residências oficiais na Península dos Ministros. Há também 19 lotes no Lago Sul e 12 terrenos para construção de edifícios residenciais no Guará.

A mansão do Ministério da Fazenda, na Península, tem 2.016m2, sendo 512,71m2 de área construída. Já a residência do ministro-chefe da Casa Civil possui 1.800m2 quadrados, dos quais 660,40m2 de área construída. De acordo com fontes do mercado imobiliário, o preço médio do metro quadrado nessa área é de R$ 13,4 mil. Com isso, essas mansões valem, respectivamente, R$ 6,9 milhões e R$ 8,8 milhões, considerando apenas a área construída.

Rodrigues reconheceu que o momento para vender imóveis é desfavorável, mas demostrou otimismo com a empreitada. “O mercado está ruim. É um fato. Hoje hoje é muito mais difícil vender do que em 2012”, afirmou.(RH)

Benefícios - Para José Matias-Pereira, especialista em administração pública e professor da Universidade de Brasília (UnB), é positivo o fato de o governo se desfazer de imóveis ociosos. “Não vejo sentido em manter isso, até porque implica em custos. Além disso, o Estado não tem capacidade de fazer uma boa gestão daquilo que não é mais útil.” No entanto, ele demonstrou preocupação com o destino dos recursos arrecadados. “É importante que o dinheiro seja usado,  efetivamente, em benefícios para a sociedade, como melhorias nos prédios públicos e compra de imóveis pelos quais o governo paga aluguel, que saem caro para o contribuinte”, disse.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE