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09/12/2016

Moody's estima que construção civil só terá inflexão em 2018 no Brasil

Os estoques de imóveis permanecem elevados e, embora uma recuperação parcial e gradual seja provável no próximo ano, uma reviravolta completa não ocorrerá até meados de 2018.

O setor de incorporação imobiliária no Brasil deve apresentar alguma melhora em 2017 e chegar a uma virada mais consistente nos resultados só a partir de 2018, de acordo com avaliação da Moody's. Em relatório distribuído nesta quarta-feira (7), a agência traça um panorama sobre a atividade de construção na América Latia e avalia que o setor está enfraquecido no Brasil, enquanto em outros países da América Latina, como México e Argentina, o mercado está mais propício a investimentos. 

A Moody's ressalta que o mercado imobiliário enfrenta uma perspectiva desafiadora no Brasil, onde a contração iniciada em 2012 no segmento de incorporação se agravou a partir de 2015 por conta do quadro recessivo da economia. Os estoques de imóveis permanecem elevados e, embora uma recuperação parcial e gradual seja provável no próximo ano, uma reviravolta completa não ocorrerá até meados de 2018. 

A expectativa da agência é que a receita das incorporadoras nacionais oscile entre queda de 10% e alta de 10% em 2017 e 2018, com margem bruta ajustada em torno de 22% a 28%. Já os lançamentos de novos projetos devem ficar acima de 2016, que foi um ano fraco. 

"Limitações fiscais e a economia em fase de recuperação continuarão sendo um desafio no Brasil," afirma a vice-presidente e analista sênior da Moody's, Cristiane Spercel, no relatório. "A redução das incertezas políticas, porém, pode renovar o interesse por projetos de infraestrutura". 

Embora a Moody's preveja que a economia brasileira se recuperará de sua profunda recessão em 2017, a retomada do crescimento provavelmente será neutra uma vez que alguns obstáculos relacionados ao período de contração da economia permanecerão. 
Outros países - Já na Argentina, a agência estima que a melhora no sentimento do investidor, resultante do governo relativamente novo, deve ajudar o investimento. No entanto, as condições de crédito no curto prazo permanecerão desafiadoras por conta da inflação elevada e do arcabouço regulatório ainda em desenvolvimento. 

No Peru, Colômbia e Panamá o forte investimento em infraestrutura prosseguirá e o ambiente de negócios amigável continuará sendo um atrativo para companhias de engenharia e construção. No México e no Equador, os cortes orçamentais em 2016 diminuirão os gastos públicos com infraestrutura em 2017, mas os investimentos privados continuarão em andamento.  

FONTE: JORNAL DO COMéRCIO