Morar nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo ficou ainda mais caro neste começo de ano, de acordo com o Índice QuintoAndar de Aluguel, divulgado nesta quinta-feira (9). Na capital fluminense, em janeiro, a alta mensal dos preços foi 1,45% em relação a dezembro, e o preço médio chegou a R$ 36,73 por metro quadrado. Já na capital paulista, a alta foi menor, de 0,95%, mas o preço médio é mais salgado: de R$ 42,62 por metro quadrado. Em ambas as metrópoles, os preços do aluguel alcançaram o maior patamar da série histórica - iniciada em julho de 2019.
De acordo com o monitoramento do QuintoAndar, entre os principais fatores para o recorde registrado no último mês está a alta temporada de procura de aluguéis. Como muitos contratos vencem no fim do ano, há uma demanda maior por aluguel nesses primeiros meses do ano.
Durante a pandemia, os valores de aluguel retraíram de forma significativa nas duas capitais, ficando expressivamente mais baixos na janela entre julho de 2020 e janeiro de 2021. A partir do terceiro trimestre de 2021, quando os índices de vacinação estavam bem avançados e as atividades foram retomadas, os valores ascenderam quase verticalmente.
O comportamento de precificação de aluguel no mercado imobiliário foi muito semelhante entre São Paulo e Rio durante a pandemia, confira.
Os bairros mais caros
Como é comum em grandes cidades, as regiões mais próximas do transporte público são as mais valorizadas, o que explica o aumento dos preços.
Bairros com alta concentração de empresas ou de fácil acesso a centros corporativos e comerciais também costumam ter valores de aluguéis mais altos. Em geral, esse locais concentram mais imóveis de alto padrão, considerando o perfil de público que procura morar nessas regiões.
Em São Paulo, o bairro mais caro é a Vila Olímpia, com um aluguel que gira em torno de R$ 70,30 o metro quadrado, cerca de 65% mais caro que a média no mercado da capital paulista. A região é cercada de grandes empresas e engloba o centro financeiro da cidade, a Faria Lima, além de ter fácil acesso a trens, metrôs e ônibus.
Já no Rio, Ipanema lidera o ranking de preços de locação, com valores próximos aos R$ 61,70 por metro quadrado, em média, de acordo com os dados da plataforma. Mais que a fama, o bairro tem um comércio aquecido e é cortado por várias linhas de ônibus, além das estações de metrô locais, que facilitam o acesso a outros pontos da zona sul.
Ter privilégios como esses nas maiores capitais do país depende de desembolsar muita grana.
Para o economista do QuintoAndar Vinicius Oike, uma das formas de economizar é ter tempo disponível para a busca do imóvel. Em janeiro, os dados da plataforma indicaram que o desconto para aqueles quem procurou “sem pressa” foi, em média, 50% maior no Rio e 44% maior em São Paulo do que o recebido pelos que decidiram se mudar “o mais rápido possível”, sem se programar.
“Isso significa que quanto mais cedo você começa a buscar um imóvel, maior a probabilidade de conseguir um melhor preço e negociar”, diz o economista.
Assim como nos meses anteriores, os imóveis de um dormitório se destacaram nas duas cidades. Em São Paulo, o aumento de procura em janeiro por esse tipo de imóvel provou alta de 0,71% em relação ao mês anterior, chegando ao preço médio de R$ 54,07 o metro quadrado para locação de casas e apartamentos de um quarto. Isso significa que uma pessoa que tenha alugado um apartamento de 35 metros quadrados terá que desembolsar, em média, R$ 1.892 por mês em São Paulo, sem contar o condomínio, IPTU e outras taxas.
Os bairros da capital paulista onde o valor do aluguel mais valorizou nos últimos seis meses, segundo os dados compilados na plataforma do QuintoAndar, foram:
Morar no Rio
No Rio, o preço médio do aluguel por um imóvel de um dormitório (o mais buscado na capital), de 35 metros quadrados, saiu a R$ 1.549 por mês. Com a alta demanda, o valor de locação desse tipo de imóvel subiu 2,52% em relação a dezembro e fechou janeiro em média em R$ 44,27 por metro quadrado.
Já os bairros da capital fluminense onde o valor do aluguel mais valorizou nos últimos seis meses, segundo os dados compilados na plataforma do QuintoAndar, foram:
Pechincha (12%).