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11/07/2023

Moura Dubeux eleva lançamentos em 6% no 2º tri e vendas sobem 13,7% (Valor Econômico)

Vendas e adesões líquidas somaram R$ 350,5 milhões, crescimento de 13,7% na mesma base

Duas incorporadoras de médio e alto padrão divulgaram prévias operacionais nesta segunda-feira (10), apontando tendências distintas para o trimestre, mas com perspectivas otimistas para o ano.

 

A incorporadora Moura Dubeux, que atua na região Nordeste, terminou o segundo trimestre com R$ 594,2 milhões em lançamentos, alta de 5,9% sobre o mesmo período de 2022. Vendas e adesões líquidas somaram R$ 350 milhões, crescimento de 13,7% na mesma base e o terceiro melhor período na história da empresa.

 

A velocidade de venda, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO) em 12 meses ficou em 43,7%, queda de 12,3 pontos percentuais.

 

A companhia terminou junho com uma relação de distratos sobre vendas brutas de 10,7%, alta de 3,3 pontos percentuais sobre o segundo trimestre de 2022.

A Mitre, que atua no médio e alto padrão em São Paulo, lançou R$ 97,6 milhões no segundo trimestre, ao se considerar apenas a sua participação nos projetos, uma queda de 56,8%. Houve o lançamento do ML Brooklin, o primeiro da parceria com a incorporadora Lúcio. As vendas líquidas caíram em proporção menor, de 2,3%, para R$ 184,9 milhões.

 

Já no acumulado dos seis primeiros meses do ano, a Moura teve queda de 7,9% nos lançamentos, para R$ 842,7 milhões. As vendas e adesões líquidas também caíram, em 4,6%, para R$ 676,9 milhões.

Foi um bom semestre, melhor do que todo mundo imaginou”

— Rodrigo Cagali

 

“Tivemos um primeiro trimestre fraco em lançamentos, porque estávamos com o ambiente político e econômico ainda em compasso de espera”, afirma o presidente Diego Villar. “A Moura foi cautelosa e focou em venda de estoque”.

Já no segundo trimestre, a partir de maio, o executivo conta que notícias econômicas melhores, como a expectativa da queda de juros, trouxeram otimismo. “Muitos projetos foram lançados em junho e as vendas vieram junto”, diz.

 

A Mitre teve alta de 74,3% nos lançamentos no primeiro semestre, que somaram R$ 394,6 milhões. As vendas também subiram, em 24,6%, para R$ 427,3 milhões.

“Foi um bom semestre, melhor do que todo mundo imaginou que seria”, diz Rodrigo Cagali, diretor-financeiro e vice-presidente de operações. Segundo ele, a situação macroeconômica surpreendeu positivamente, com inflação mais controlada e crescimento do PIB.

A velocidade de venda da incorporadora, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO), caiu 2,7 pontos percentuais no segundo trimestre, para 10,3%. O VSO de 12 meses ficou em 34,7%, recuo de 5 pontos percentuais.

 

Os distratos da Mitre somaram R$ 50,2 milhões entre abril e junho, alta de 27,8% ante o segundo trimestre de 2022. Cagali pontua que a empresa entregou 4 projetos nos primeiros seis meses do ano, dos quais a taxa de distrato ficou em 1,4%, com 11 unidades devolvidas. A Mitre ainda vai entregar mais 8 projetos no ano. O VGV total será de R$ 1,3 bilhão.

“Vai ser desafiador, porque o juros para o cliente está mais alto e os bancos mais restritivos”, afirma. Cagali diz que a empresa tem feito um “trabalho ativo” com a carteira dos projetos que serão entregues neste ano para prevenir distratos.

 

A incorporadora planeja lançar mais três projetos em 2023, para atingir um VGV entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhão. Segundo o diretor-financeiro, a tendência é que o segundo semestre seja melhor do que o primeiro, com a possível queda da Selic e inflação sob controle, “mas estamos um pouco cautelosos”, ressalta.

 

Villar afirma que a Moura Dubeux está “muito otimista” com o segundo semestre. “O ânimo tanto do consumidor final quanto do investidor é outro, isso se reflete até no mercado de capitais”, concorda Marcello Dubeux, CFO. A ação da Moura subiu 83,76% no ano até agora, acompanhando um aumento entre incorporadoras - a ação da Mitre avançou 109,47%.

A Moura deve lançar ainda neste mês, em Natal (RN), seu primeiro projeto da marca Mood, focada em unidades de R$ 350 mil a R$ 500 mil. É a faixa de preços que pode ser beneficiada caso o governo aprove o “Minha Casa, Minha Vida para a classe média”, com limite de R$ 12 mil para a renda e de R$ 500 mil para o preço das unidades. “O Mood teria uma potencialização enorme”, afirma Villar.  

FONTE: VALOR ECONôMICO