A Moura Dubeux vai lançar, neste ano, Valor Geral de Vendas (VGV) entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões, o que representa, no máximo, metade dos R$ 900 milhões previstos antes do início da pandemia de covid-19. A redução resulta das proibições de funcionamento de estandes de vendas e da implantação de “lockdown” em Recife e Fortaleza e de “lockdown” setorial em Salvador, de acordo com o presidente da companhia, Diego Villar.
As vendas de imóveis da Moura Dubeux caíram 52% desde o começo da pandemia.
Com presença em Recife, Fortaleza, Maceió, Salvador e Natal, a Moura Dubeux atua em incorporação imobiliária e na administração de obras e condomínios. Havia previsão de começar, em abril, a apresentação dos projetos deste ano, mas a mudança do cenário levou a companhia a postergar para o segundo semestre o início dos lançamentos.
Ainda assim, o executivo espera que a Moura Dubeux ganhe participação de mercado, nas praças onde atua, considerando que assim como já ocorreu, em outras crises, “mais alguém poderá ficar pelo caminho”. Villar ressalta que a companhia tem baixo endividamento - no fim de março, a dívida líquida era de R$ 110,7 milhões.
No primeiro trimestre, o banco de terrenos correspondia ao VGV potencial de R$ 4,3 bilhões. Dois terrenos foram comprados desde o início da crise.
No fim de março, por decretos governamentais, foram suspensas atividades de construção civil em Pernambuco e no Ceará. Sem avanço de obras, a Moura Dubeux não pode contabilizar a receita correspondente às vendas que forem realizadas nesses mercados. Em Alagoas, na Bahia e no Rio Grande do Norte, as atividades prosseguem normalmente.
No primeiro trimestre, a Moura Dubeux registrou prejuízo líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 32,3 milhões, ante o lucro líquido de R$ 8,6 milhões do mesmo período o ano passado. A receita líquida caiu 60,4%, para R$ 66,3 milhões.
A margem bruta foi reduzida de 45,8% no primeiro trimestre de 2019 para 18,1% de janeiro a março, quando não foram lançados produtos, e o indicador foi composto só por unidades das safras antigas, com rentabilidade menor.
Já as despesas financeiras líquidas foram reduzidas em 50,6%, para R$ 27,4 milhões. A empresa abriu capital em fevereiro.