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09/11/2023

MRV&Co; reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 136,5 milhões no 3º tri (Valor Econômico)

Empresa havia registrado lucro de R$ 181 milhões no segundo trimestre deste ano e de R$ 1,6 milhão no terceiro trimestre do ano passado

 

Por Ana Luiza Tieghi

O grupo MRV&Co reportou prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 136,5 milhões no terceiro trimestre. A empresa havia registrado lucro de R$ 181 milhões no segundo trimestre deste ano e de R$ 1,6 milhão no terceiro trimestre do ano passado.

O grupo MRV&Co abrange as operações de incorporação brasileira, com as marcas MRV e Sensia, a loteadora Urba, a incorporadora para renda Luggo e a subsidiária americana Resia. Todas as verticais tiveram prejuízo líquido no período: Luggo e Resia, que constroem prédios residenciais para serem locados e vendidos, não tiveram vendas no trimestre, o que fez com que só registrassem despesas, explica Ricardo Paixão, diretor-executivo financeiro do grupo. Na Urba, um distrato de terreno trouxe impacto não-recorrente, afirma.

A receita líquida da MRV&Co cresceu 16,4% na base anual, para R$ 1,97 bilhão, maior valor da história da companhia. A margem bruta também cresceu, em 4 pontos percentuais, para 23,3%. O ganho de margem ocorreu porque foi possível aumentar o preço das unidades acima da inflação, afirma Paixão. Na incorporação nacional, o ticket médio subiu 25,6% em um ano, para R$ 309 mil.

A margem bruta de novas vendas na incorporação, que inclui apenas os lançamentos, foi de 32,5% no trimestre, alta de 0,8 ponto percentual sobre o segundo período. “Está bem mais próximo do que enxergamos como um patamar estabilizado”, afirma o executivo. A margem bruta da incorporação foi de 23,4%, aumento de 4,5 pontos em um ano.

O ganho de preço, que ajudou a empresa a incrementar suas margens, deve continuar acima da inflação nos próximos trimestres, segundo o executivo, mas de forma mais lenta.

O segmento de incorporação nacional também foi responsável por prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 87,6 milhões, ante lucro de R$ 61 milhões há um ano. Na versão ajustada, que exclui efeitos de swap de ações, marcações a mercado e ganhos e perdas não recorrentes, houve lucro de R$ 22,2 milhões.

Paixão afirma que a companhia perdeu R$ 35 milhões em operação de equity swap, outros R$ 55 milhões em swap de dívida, de IPCA para CDI, e mais R$ 20 milhões com a venda de um terreno em Curitiba, que teve o zoneamento trocado de residencial para comercial.

Foi firmada uma meta para que a Resia não tenha mais queima de caixa em 2024. O segmento queimou R$ 433 milhões no terceiro trimestre, ante R$ 969 milhões no mesmo período de 2022. A Resia reportou ainda prejuízo líquido de R$ 14 milhões, ante R$ 51 milhões há um ano. “Temos que vender empreendimentos em montante suficiente para bancar as obras em construção”, afirma Paixão. “Se não chegar nisso, não começamos outras obras”.

Os juros elevados no mercado americano têm dificultado a venda dos projetos e afetado a rentabilidade para a MRV&Co. Ainda assim, é esperado que a empresa venda um projeto ainda neste quarto trimestre.

A Luggo também deve ter vendas ainda no quarto trimestre, afirma Paixão. “Devemos ter Luggo, Resia e MRV [incorporação] apresentando lucro”, diz. 

(Matéria publicada em 08/11/2023) 

 

FONTE: VALOR ECONôMICO