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09/03/2023

MRV&Co; reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 333 milhões no 4º tri, receita também recua (Valor Econômico)

O prejuízo líquido ajustado teve queda de 142%, para R$ 146,2 milhões.

A MRV&Co reportou no quarto trimestre de 2022 um prejuízo líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 333,4 milhões, revertendo lucro de R$ 300 milhões no mesmo período de 2021. A holding abrange a atuação da MRV no segmento econômico e de média renda, além das subsidiárias Resia, com operação nos Estados Unidos, e Luggo e Urba, de prédios para locação e loteamentos.

 

O prejuízo líquido ajustado teve queda de 142%, para R$ 146,2 milhões.

 

A receita líquida da incorporadora recuou menos no trimestre, em 12,7%, para R$ 1,66 bilhão.

A margem bruta ficou em 20,2%, queda de 3,2 pontos percentuais. Já a margem bruta de novas vendas foi de 29% no período, crescimento de 10,3 pontos percentuais ante o quarto trimestre de 2021.

 

Ricardo Paixão, diretor-financeiro da holding, diz ser esperado que essa margem de novas vendas imponha uma melhora da margem bruta geral da companhia já no segundo semestre, com “recuperação completa” no final de 2024.

O ticket médio das unidades de incorporação da holding foi de R$ 208 mil, alta de 22,7% sobre o final de 2021. A companhia quer que esse valor continue subindo e chegue a R$ 230 mil até dezembro deste ano.

 

Paixão afirma que as atualizações feitas no Casa Verde e Amarela, atual Minha Casa, Minha Vida, devem aumentar o poder de compra do consumidor, permitindo a alta de preço. Também ajuda a sinalização do governo federal de priorizar o programa habitacional.

A MRV&Co teve queima de caixa de R$ 535 milhões no quarto trimestre, volume 255,7% maior do que no mesmo período de 2021.

No último trimestre do ano, a companhia elevou seus lançamentos em 7,3%, para R$ 3,5 bilhões, mas teve queda de 14,2% nas vendas líquidas, que somaram R$ 2 bilhões.

Prejuízo líquido inédito no fechamento do ano

 

Em todo o ano passado, a MRV&Co acumulou prejuízo líquido de R$ 202,5 milhões, ante lucro líquido de R$ 805 milhões em 2021. Segundo Paixão, ter prejuízo líquido em todo o ano é fato inédito para a incorporadora.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 22 milhões no ano passado, queda de 97,6%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 12 meses foi de R$ 810 milhões, recuo de 42,9%.

 

A receita líquida no ano foi de R$ 6,6 bilhões, queda de 6,8%. A margem bruta anual ficou em 19,7%, recuo de 6,2 pontos percentuais ante 2021.

Em todo o ano, a MRV&Co apresentou queima de caixa de R$ 2,2 bilhões, 302% mais do que em 2021.

 

Paixão afirma que a companhia deve terminar 2023 com pequena geração de caixa, revertendo a tendência atual.

Além de buscar mais rentabilidade nos projetos, a holding está segurando a produção da Resia, sua subsidiária americana, responsável por mais da metade da queima de caixa (R$ 1,3 bilhão no ano). Um quarto do quadro de funcionários foi cortado no último trimestre e a produção anual de unidades deve ficar entre 1,8 mil e 2 mil, ante plano inicial de 3,5 mil.

A Resia constrói prédios residenciais para locação, que são vendidos para empresas. “É queima de caixa natural, primeiro tenho todo o gasto para depois fazer a venda”, afirma.

A holding terminou 2022 com dívida líquida de R$ 4,7 bilhões, alta de 75%.

 

Nos 12 meses, a MRV&Co reduziu seus lançamentos em 3,1%, para R$ 9,15 bilhões. As vendas líquidas acompanharam o patamar, com queda de 2,8%, para R$ 7,9 bilhões.

Programa da prefeitura de SP pode elevar vendas

Na MRV&Co, a meta é trabalhar com 40 mil unidades vendidas no ano, mas Paixão diz ser possível elevar o número em 10% ou 15% por causa do novo programa habitacional da prefeitura de São Paulo, o Pode Entrar.

A MRV se inscreveu para vender 6 mil unidades à prefeitura — que vai comprar, ao todo, 40 mil unidades.

 

O Pode Entrar tem sido elogiado por incorporadores de baixa renda por ser “mais seguro”, como afirma Paixão, do que a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. “O principal diferencial é que recebemos todo o dinheiro à vista”, afirma o executivo. O valor das unidades, que podem custar até R$ 210 mil, fica bloqueado em uma conta e é liberado conforme a construção progride. 

FONTE: VALOR ECONôMICO