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17/10/2022

MRV e Tenda deram mais foco para aumento de preços no 3º trimestre (Valor Econômico)

Incorporadoras com forte atuação no segmento econômico apontaram nas prévias operacionais que tentam aumentar suas margens de ganho

Duas das principais incorporadoras de padrão econômico, Tenda e MRV&Co divulgaram suas prévias operacionais na sexta-feira (14). Ambas apresentaram queda em vendas e lançamentos, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, e foco em aumentar o preço de suas unidades.

 

A MRV&Co, holding que engloba MRV, Sensia, Urba, Luggo e Resia, reportou no trimestre findado em setembro R$ 1,8 bilhão de valor geral de venda (VGV) em lançamentos, queda de 13,6% ante igual período de 2021. Em relação o trimestre anterior, recuo de 14,9%.

Somente a Sensia, de médio padrão, elevou os lançamentos no período, em 111,9%, para R$ 218 milhões, mas é uma operação pequena para a escala da holding.

 

Na média, os lançamentos da empresa ficaram 25,5% mais caros do que há um ano. “Como estávamos com margem bruta mais apertada, estamos com dinâmica mais pesada de subir preço”, diz Ricardo Paixão, diretor-financeiro da MRV&Co. “Privilegiamos mais preço e margem do que volume”.

 

No material que acompanha a prévia, a companhia diz que o custo de construção em estabilização é outro componente que deve ajudar a continuar elevando a margem bruta de novas vendas, indicador divulgado no balanço para mostrar a diferença do desempenho de lançamentos e do estoque.


O valor das vendas líquidas da MRV&Co foi de R$ 1,46 bilhão entre julho e setembro, um recuo de 27,3% ante um ano atrás e de 43,8% sobre o segundo trimestre.

 

A Resia, operação americana da holding, e a Luggo, que constrói e vende prédios para locação, não registraram comercialização no trimestre. Entre abril e junho, elas foram responsáveis por a MRV&Co alcançar recorde de vendas. Paixão afirma que a Resia deverá ter uma venda no quarto trimestre.

 

A operação da MRV&Co no Casa Verde e Amarela e na faixa logo acima do programa, chamada apenas de MRV, foi a única que cresceu em vendas no trimestre, na comparação anual, em 6,1%. Segundo Paixão, a empresa começa a sentir as alterações no programa habitacional, feitas nos últimos meses.

No ano, o grupo incorporador mineiro totaliza R$ 5,66 bilhões em lançamentos, queda de 8,6% ante os mesmos nove meses de 2021, e R$ 5,8 bilhões em vendas líquidas, alta de 2,1%. Os distratos da companhia caíram de 7,3% das vendas, no terceiro trimestre de 2021, para os atuais 3,6%.

 

A Tenda reportou queda de 40,6% nos lançamentos no terceiro trimestre, se comparado com o mesmo período do ano passado. Foram R$ 376,2 milhões em VGV, em cinco empreendimentos.

A empresa afirma, no material da prévia, que o menor volume de novos projetos “reflete o foco no ganho de preço”. Entre julho e setembro, o valor médio da unidade lançada foi de R$ 210,2 mil, 41,2% superior ao terceiro trimestre de 2021. “Estamos confiantes de que a readequação dos nossos futuros lançamentos à realidade atual de custos permitirá retomarmos gradativamente o volume”, ressalta.

 

As vendas líquidas da Tenda recuaram em proporção similar aos lançamentos. No terceiro trimestre, totalizaram R$ 489,3 milhões, queda de 36,5% ante o mesmo período do ano anterior. O preço médio das unidades vendidas cresceu 19,6% em um ano, para R$ 185,5 mil. De acordo com a companhia, a estratégia de precificação ajuda na recomposição das margens.

 

No acumulado do ano, a incorporadora lançou R$ 1,61 bilhão, recuo de 27,7% em relação ao mesmo período de 2021. As vendas líquidas, nas mesmas bases de comparação, somaram R$ 1,62 bilhão, 30,3% a menos.

A relação dos distratos sobre as vendas brutas ficou em 14,9% ao final de setembro, recuo de 1,4 ponto percentual se comparado com o mesmo trimestre de 2021. 

 

Matéria publicada em 17/10/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO