A MRV - maior incorporadora do país - estima que seus lançamentos do segundo trimestre vão superar os dos três primeiros meses do ano. A companhia tem lançado tanto projetos enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, segmento em que tem sua principal atuação, quanto empreendimentos financiados com recursos de poupança.
De acordo com o copresidente Rafael Menin, a limitação para parte dos lançamentos da MRV não tem sido as vendas, mas os prazos mais longos para a liberação de licenças pelas prefeituras.
A incorporadora começou 2020 com “estoques relativamente altos”, conforme o executivo, mas as vendas dos cinco primeiros meses do ano foram maiores do que os lançamentos. A tendência, segundo Menin, é continuar a reduzir estoques nos próximos meses. “Em abril e maio, tivemos vendas em patamares muito saudáveis”, diz, sem revelar os volumes comercializados.
Como o mercado irá reduzir de tamanho, a incorporadora tende a continuar a ganhar participação, conforme o executivo.
Desde a segunda quinzena de março, a MRV tem concedido descontos aos clientes. De acordo com o copresidente, volume e geração de caixa têm sido prioridades da companhia em relação a margens.
Outra expectativa da companhia é que o volume de repasses dos recebíveis dos clientes para os bancos, no segundo trimestre, supere os do primeiro, considerando-se a mudança que possibilitou que não seja mais necessária a participação da União nos subsídios do programa neste ano.
Atualmente, 6% das obras da companhia estão paralisadas. A produção teve queda de 10% devido à suspensão de algumas obras e ao afastamento de pessoas que fazem parte de grupos de risco. Levando-se em conta municípios que tendem a liberar construções, as operações da incorporadora estarão, a partir de 10 de junho, “muito parecidas com o planejado no início do ano”, segundo Menin.
Amanhã, termina o prazo de 60 dias no qual a MRV se comprometeu a não realizar demissões. A companhia não terá saldo negativo de emprego nos próximos meses, de acordo com o presidente.