A MRV está acelerando aumentos de preços de imóveis populares após ajustes no programa Casa Verde e Amarela, prevendo retomar margens de lucro históricas.
No seu relatório de resultados do segundo trimestre, divulgado na noite de quarta-feira, a companhia afirmou ter acelerado os lançamentos de empreendimentos no final de junho, tendência que deve ganhar tração nos próximos meses.
"Nossas projeções apontam para aumento de preço e ganho de produtividade superiores à inflação estimada para o próximo período, fazendo com que a margem bruta de novas vendas volte ao patamar acima de 30% já no primeiro semestre de 2023", afirmou a MRV no documento.
Em julho, o governo federal anunciou mudanças no programa, ampliando subsídios, alongando prazos de financiamento e permitido o uso do FGTS para pagamento de prestações dos mutuários, atendendo pedidos de construtoras, que reclamavam há de aumentos de preços de insumos que comprimiram suas margens.
"As mudanças no programa vão ajudar a preencher uma lacuna na renda das famílias provocada por inflação e juros mais altos", disse à Reuters o diretor de finanças e relações com investidores na MRV, Ricardo Paixão.
De abril a junho, o lucro ajustado da MRV subiu 6% sobre um ano antes, a 215 milhões de reais, apoiado sobretudo em maiores receitas da unidade da companhia nos Estados Unidos, Resia.
Em termos líquidos, porém, o lucro da empresa desabou 71,4% ano a ano, para 58 milhões de reais, refletindo uma forte piora do resultado financeiro na esteira de perdas com swaps com ações e títulos de dívida da companhia.
O resultado operacional da MRV no trimestre medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda), cresceu 48,9%, a 441 milhões de reais.
A margem bruta caiu 6 pontos percentuais, para 19,4%, ainda refletindo a pressão de custos, com a MRV ampliando estoques de insumos. Porém, a companhia teve geração de caixa positiva em 343 milhões de reais, após déficit de 817 milhões no trimestre imediatamente anterior.
Matéria publicada em 11/08/2022