A mineira MRV, maior construtora da América Latina, tem quebrado recordes consecutivos. Depois de registrar, no segundo trimestre deste ano, o melhor resultado financeiro de sua história, a companhia renovou sua marca no terceiro trimestre, com entrega acumulada (land bank) de 312,8 mil unidades em 162 cidades, representando R$ 50,1 bilhões de Valor Geral de Vendas (VGV). Desse total, R$ 20 bilhões, o equivalente a 112 mil unidades, são produtos voltados para funding não direcionado.
“Nunca vimos uma situação tão favorável para o setor da construção civil”, afirma Ricardo Paixão, diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRV. “Do potencial de 10 milhões de imóveis ao ano entre 2020 e 2030, teremos cerca de 40% das vendas de todo o mercado”, acrescenta.
No terceiro trimestre, as vendas líquidas subiram 5,7% frente ao segundo trimestre e 18,8% no comparativo com o mesmo intervalo de 2018. Além disso, foi registrado o menor volume de distratos nos últimos anos: queda de 66,1% ante o trimestre anterior, e de 51,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo Paixão, há um momento único no Brasil, em que as taxas de juros praticadas pelos bancos estão atingindo mínimas históricas. Este movimento já está fazendo com que os bancos privados consigam competir com o programa Minha Casa Minha Vida em taxas de juros oferecidas ao crédito imobiliário.
“Embora os financiamentos com a Caixa ainda representem cerca de 90% de nossas vendas, há um forte crescimento com bancos privados, especialmente Santander e Bradesco”, afirma o executivo da MRV. Soma-se a isso o maior interesse do setor privado por clientes com renda mensal a partir de R$ 2,8 mil, que passam a ter acesso a mais opções de crédito, não ficando tão dependentes e restritos ao Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
A MRV destacou em seu balanço divulgado ao mercado que foi observado, no terceiro trimestre deste ano, uma longa paralisação nas contratações dos financiamentos à construção (PJ) e nos repasses das vendas do Minha Casa Minha Vida, que perdurou de 26 de julho a 20 de setembro.
O motivo da paralisação foi a falta de recursos da União para arcar com seu percentual de 10% dos subsídios oferecidos aos clientes do MCMV, ainda que os 90% dos subsídios a serem depositados pelo FGTS estivessem disponibilizados. De acordo com a empresa, no decorrer do trimestre foi feita uma alteração na regra, válida até o fim de 2019, que retirou a obrigatoriedade da União de arcar com os subsídios do Programa, garantindo, assim, que não haja mais problemas dessa natureza durante este ano.
Graças ao bom desempenho da MRV, conforme deliberação ocorrida em abril, foi aprovado o pagamento de dividendos extraordinários pela companhia, equivalentes a R$ 327,8 milhões (aproximadamente R$ 0,74 por ação), que será feito em duas datas distintas, ainda em 2019. O primeiro pagamento, no valor de R$ 163,9 milhões – o equivalente a R$ 0,37 por ação ordinária de emissão da companhia, será distribuído aos acionistas em 14 de novembro. Depois, em 27 de novembro.
Ao todo, no ano de 2019, será distribuído R$ 1,11 por ação em dividendos referentes ao ano de 2018 (somando os dividendos obrigatórios e os extraordinários), o que equivale a uma taxa de retorno (dividend yield) de 7%, considerando-se a cotação média da ação da companhia nos últimos 12 meses, com data final em 8 de novembro de 2019. “Vamos seguir com nossa estratégia de diversificação geográfica e fortalecimento do nosso portfólio de opções para o nosso cliente”, completa Paixão.