O Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRV&CO, Ricardo Paixão, afirmou que as vendas de imóveis neste segundo trimestre estão saudáveis e tendem a superar os números do primeiro trimestre caso seja mantido o ritmo atual.
As vendas líquidas considerando as operações de MRV e Sensia foram de R$ 1,801 bilhão entre janeiro e março, alta de 20,5% na comparação anual e recordes para o período.
"O melhor mês de venda do primeiro trimestre foi março, e nós tivemos abril e maio parecidos, com patamar forte de vendas. Se seguir essa toada, o segundo trimestre deve ser melhor que o primeiro", afirmou o executivo, em entrevista ao Broadcast.
Segundo ele, a estratégia de subir os preços dos imóveis acima da inflação continua. Na MRV, o valor médio por imóvel chegou a R$ 218 mil no primeiro trimestre, o que significa crescimento de 24,8% na comparação anual.
Paixão reiterou que a elevação dos preços é uma peça fundamental na estratégia para recuperar a margem bruta da companhia, que foi espremida pela disparada dos custos dos materiais nos empreendimentos lançados entre 2020 e 2021.
"O primeiro trimestre teve uma sinalização legal, que foi o aumento no volume das vendas com subida de preços", ressaltou. "E os preços continuaram avançando".
A meta é atingir margem bruta de 33% nas novas vendas da MRV até o fim do ano. Esse indicador alcançou o patamar de 30,5% no primeiro trimestre de 2023 ante 29,0% no quarto trimestre de 2022. "Estamos no caminho para chegarmos ao que nos comprometemos".
Reforço no caixa
Paixão reiterou que a previsão é de gerar caixa com a MRV no segundo semestre, mas ainda há queima até a metade do ano. No consolidado do grupo, a geração de caixa tende a ser reforçada com a venda de projetos da Luggo e da Resia.
A Luggo tem a venda de um prédio ser confirmada já neste trimestre e uma segunda venda que pode acontecer neste ou no próximo, explicou. O negócio faz parte da venda de 5,1 mil apartamentos acertada lá trás com a Brookfield, em que o pagamento se dá no momento da entrega das obras.
Já no segundo semestre, são esperadas vendas da Resia, com montante mais significativos, apontou o diretor. Ao todo, a Resia com R$ 910 milhões em projetos à venda.
Fundo para terrenos
Paixão comentou que a companhia está avaliando também a estruturação de um fundo para a compra de terrenos. O fundo contaria com um investidores financeiro, responsável pela capitalização.
O dinheiro seria usado para pagar à vista os donos de terrenos, contribuindo para baixar o custo do negócio. Já a remuneração do investidor se daria com a venda dos apartamentos. Segundo Paixão, as conversas estão em andamento, e a ideia é que uma captação a partir de R$ 100 milhões seja viável para colocar o fundo de pé.