A MRV Engenharia chega a 2017 com potencial para lançar até 50 mil unidades. Para que o patamar seja alcançado, será necessário, mais do que condições de mercado, obter todas as licenças para os projetos, segundo o copresidente Rafael Menin. "Há dois anos, lançamos menos do que nossa capacidade produtiva", afirma Menin. Em 2016, a MRV lançou 26.366 unidades, produziu 34.898 unidades e entregou 39 mil unidades.
O executivo ressalta que não foi possível lançar mais empreendimentos, no ano passado, porque as licenças não foram liberadas a tempo. Em 2016, a companhia apresentou R$ 3,987 bilhões em novos projetos e, em 2015, R$ 4,704 bilhões. A companhia encerrou o ano com 49,6 mil alvarás de produtos não lançados e com 17.763 registros de incorporação.
O executivo contou que o primeiro trimestre vai superar o mesmo período de 2016 em lançamentos, mas ficará "um pouco abaixo" do que a MRV gostaria. O prazo médio entre a obtenção do alvará e o lançamento é de 120 dias, período em que é obtido registro de incorporação e contratado financiamento bancário. "O segundo trimestre será muito ativo em lançamentos", diz Menin.
Neste ano, a MRV pretende se expandir, principalmente, pelo aumento da atuação nas cidades em que está presente e em que há demanda e pouca oferta. "A companhia está pronta para o novo ciclo de crescimento", afirma o executivo. A MRV atua em 145 cidades, das quais considera não ter participação balanceada em 19.
Em 2017, os lançamentos devem ficar equilibrados entre cidades do interior e capitais. Entre 2007 e 2013, a MRV atuou, principalmente, no interior e, a partir daí, com a saída de concorrentes de parte das capitais, focou a compra de terrenos nesses mercados. "Vamos, agora, colher os dividendos desses investimentos", diz. A partir de 2018, a companhia terá mais novos produtos nas capitais do que no interior.
No fim de 2016, a MRV tinha banco de terrenos correspondente ao Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 41,1 bilhões, cifra que pode chegar a R$ 50 bilhões no encerramento do próximo ano. "Em 2017 e em 2018, ainda será possível comprar terrenos em condições espetaculares, com pouca concorrência", avalia o copresidente. Neste ano e em 2018, a MRV vai desembolsar R$ 800 milhões em terrenos - metade em cada -, ante R$ 277 milhões em 2016.
Para as boas perspectivas, contribuem também os ajustes recentes dos preços máximos dos imóveis que podem ser enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Menin conta que será possível vender, mais rapidamente, unidades que passaram a ser enquadradas no programa e, em algumas cidades, elevar preços de imóveis cujos valores ficaram abaixo do teto.
A MRV gerou caixa de R$ 511 milhões no ano passado. No fim de 2016, a companhia tinha alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido de 5,4%, ante 5,7% em setembro.
No acumulado de 2016, o lucro líquido da MRV subiu 1,7%, para R$ 557 milhões. A receita líquida teve queda de 10,8%, para R$ 4,249 bilhões. A margem bruta passou de 30,2% em 2015 para 32,6%, em 2016. Foi a maior margem bruta anual desde 2010, o que resultou do aumento da produtividade e de renegociação com fornecedores.