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03/01/2017

Mudanças em diretorias do BB fortalecem Caffarelli

Os nomes passaram pelo aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Com uma série de mudanças anunciadas no apagar das luzes de 2016, o presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, conseguiu emplacar nomes da confiança dele para a maioria dos cargos de primeiro escalão. A "dança das cadeiras" envolveu o banco e empresas controladas, como a BB Seguridade, holding que reúne as participações em seguros, e a Alelo, de cartões-benefício.

A manutenção do perfil majoritariamente técnico para as vice-presidências foi considerada uma vitória de Caffarelli, em meio às pressões que o governo sofre para a aprovação das reformas no Congresso. Os nomes passaram pelo aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Dos cinco nomes anunciados na noite de sexta-feira, apenas o de José Eduardo Pereira Filho, que ocupará a vice-presidência de governo, não possui currículo ligado ao BB. A indicação dele é atribuída ao deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), de quem foi secretário-chefe de gabinete na época em que este ocupou a prefeitura de Teresina. Pereira é filiado ao Democratas do Piauí desde 1994, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Embora também venha de fora, o novo vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores é figura conhecida do banco. Alberto Monteiro de Queiroz Netto fez carreira no BB até 2009 e estava na Graal Participações, holding da família Gradin, quando foi convidado para voltar ao banco.

Caffarelli também trouxe de volta Marcelo Labuto, que desde 2013 comandava a BB Seguridade. Ele ocupará a vice-presidência de negócios de varejo na vaga de Raul Moreira, que deve ser anunciado nos próximos dias como presidente da Alelo, empresa de cartões-benefício que o banco controla ao lado do Bradesco.

Já o lugar de Labuto na empresa que reúne as participações do banco em seguros será ocupado por José Maurício Pereira Coelho, que era vice-presidente de relações com investidores do BB. Outro nome apontado como próximo de Caffarelli que passa a ocupar uma posição-chave no Banco do Brasil é Márcio Hamilton Ferreira. Ele comandava a BB DTVM, área de gestão de fundos de investimento do banco, e agora passa a ocupar o cargo de vice-presidente de controles internos e gestão de riscos.

Ferreira lidará diretamente com os delicados processos de renegociação de dívidas de grandes empresas, como o da construtora Odebrecht. Essa função ficava a cargo de Walter Malieni Júnior, que agora passa para a vice-presidência de distribuição de varejo e gestão de pessoas.

Malieni terá outra missão dura pela frente: manter os indicadores de qualidade de atendimento no momento em que o banco promove uma grande reestruturação, com o fechamento e a transformação de agências em postos de atendimento. Paulo Ricci, que ocupava a vaga, vai para a presidência da BB DTVM.

Em comunicado interno a funcionários, o presidente do BB disse que a experiência dos executivos no conselho diretor será importante para aumentar a sinergia com as demais empresas do grupo. As mudanças na cúpula do BB começaram em novembro, com a indicação de Carlos Hamilton Araújo, ligado a Meirelles, para a vice-presidência de serviços, infraestrutura e operações. Para a área de agronegócios e micro e pequenas empresas, foi indicado Tarcísio Hübner.

Apenas duas das nove vice-presidências do BB não sofreram mudanças: tecnologia, liderada por Geraldo Dezena, e atacado, comandada por Antônio Maurano. Ambos são funcionários de carreira e com perfil técnico, mas Dezena é visto como um quadro mais ligado à antiga gestão petista.  

FONTE: VALOR ECONôMICO