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17/08/2018

Na Lopes, venda de imóveis volta a crescer, mas preço se mantém baixo

Depois de uma das crises mais fortes já vivenciadas pelo setor imobiliário, as vendas voltaram a se recuperar para a Lopes, empresa que trabalha com corretagem e consultoria imobiliária

São Paulo – Depois de uma das crises mais fortes já vivenciadas pelo setor imobiliário, as vendas voltaram a se recuperar para a Lopes, empresa que trabalha com corretagem e consultoria imobiliária.

Após anos de retração, a companhia divulgou um aumento de 18% nas vendas gerais, para 1,6 bilhão de reais no segundo trimestre do ano. Além disso, lançou 16 novos empreendimentos no primeiro semestre deste ano em São Paulo, 33% a mais que no ano anterior.

No entanto, os preços ainda não se recuperaram. Segundo Mirella Parpinelle, diretora comercial da Lopes, os valores pagos pelos imóveis são os mesmos de antes da crise, pois não houve margem para aumento.

A crise alterou profundamente o mercado. “Todas as empresas do setor tiveram que rever projetos e cobrar um preço justo do cliente”, disse a diretora em entrevista a EXAME.

Incorporadoras mudaram a forma como definem os projetos e aprenderam a cortar custos e diminuir desperdícios durante o período de vacas magras.

“Não dá mais para colocar painéis de arte na entrada e cobrar a mais por isso”, diz ela. Hoje, o projeto precisa ser elaborado com mais cuidado para ter qualidade e diferenciais, mas com um preço que caiba no bolso do consumidor.

Retomada lenta - O principal motivo para a recuperação da empresa vem da própria economia, que se recupera aos poucos.

Em 2014, as incorporadoras viviam o auge do mercado imobiliário, com um lançamento atrás de outro. No entanto, com o início da crise e aumento do desemprego, as pessoas adiaram o momento de comprar imóveis. Também houve muitos distratos, fim do contrato e desistência da compra. Assim, as incorporadoras tinham muito estoque no mercado, que demorou a ser vendido.

Nos anos que se seguiram, as incorporadoras refrearam os lançamentos, cortaram custos e investimentos. O valor total de vendas em São Paulo despencou de 45 bilhões de reais em 2014 para 14 bilhões de reais, em 2016.

Mas a Lopes “já vê uma luz no fim do túnel”, afirma a diretora comercial da Lopes. Com o aumento no valor geral de vendas, a receita líquida totalizou 26,4 milhões de reais no segundo trimestre, 4% a mais em relação ao mesmo período de 2017, crescimento pela primeira vez desde 2013.

Apesar disso, a companhia ainda apresentou um prejuízo líquido de 10,73 milhões de reais no trimestre.

Mais lançamentos - Com a pausa forçada nos últimos anos, as incorporadoras estão prontas para retomar os lançamentos. Muitas aproveitaram o momento de baixa para comprar bons terrenos em localizações favoráveis, com preços abaixo da média.

Dessa forma, a Lopes anunciou 16 lançamentos no primeiro semestre deste ano. No trimestre, o volume lançado alcançou 2,2 bilhões de reais, 29% superior ao mesmo trimestre do ano anterior.

Além de vender mais, a empresa também informa que os imóveis estão vendendo mais rapidamente. Dos lançamentos do semestre, 77% das unidades já foram vendidas, um bom número, de acordo com a companhia.

A retomada nas vendas já trouxe um novo ânimo para as incorporadoras tirarem da gaveta os lançamentos que estavam parados por causa da crise, diz Parpinelle. No segundo semestre desse ano, a Lopes irá lançar 7 bilhões de reais em novos imóveis, distribuídos em 77 projetos, 50 na cidade de São Paulo. São 14 mil novas unidades que entrarão no mercado.

Caso a previsão se concretize, haverá um aumento em torno de 30% em relação ao total lançado em 2017, somando R$ 9,7 bilhões em 2018.

A diretora acredita que há uma demanda reprimida principalmente em alguns perfis de clientes, como uma família grande que busca apartamentos de três a quatro dormitórios. Esse modelo de empreendimento foi esquecido durante a crise e, por isso, cada lançamento deve vendido rapidamente.

FONTE: EXAME