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14/05/2021

Na pandemia, mercado de reformas torna-se boa opção de investimento

As mudanças comportamentais geradas durante o isolamento social e a conjuntura econômica contribuíram para a valorização deste setor

A busca por reformas residenciais saltou desde o início da pandemia. Somente entre março e maio do ano passado, a procura por arquitetos avançou 112% em relação ao mesmo período de 2019, segundo um levantamento do aplicativo de serviços GetNinjas. Muito além de uma questão comportamental, o avanço deste mercado também está diretamente relacionado com uma série de questões econômicas que fizeram com que muitas pessoas enxergassem as reformas como um investimento. Por que o mercado de reformas se tornou tão atrativo?

A relação das pessoas com seus lares em meio à pandemia trouxe novas demandas para o dia a dia em casa e, consequentemente, fez com que a busca por reformas aumentasse já nos primeiros dias de quarentena. "Percebemos um aumento significativo nas reformas residenciais. As pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e notá-la melhor. Diante disto, surgiram novas necessidades, estéticas ou funcionais, como repaginar o living para se sentirem melhor ou ter um espaço para trabalhar ou estudar, por exemplo", explica o corretor e sócio da Finder Imóveis, Aldemar Salvino.

Além das questões comportamentais, a busca por lucro através dos imóveis também fez com que diversas pessoas decidissem valorizar uma propriedade ao reformá-la. De acordo com a arquiteta Marcy Ricciardi, uma reforma pode aumentar o valor do imóvel em até 35% a 40%, conforme o nível de intervenção feito no projeto.

"Realmente o setor imobiliário virou muito mais atrativo. As pessoas estão olhando este mercado como um investimento mais resistente com retornos considerados acima de títulos comercializados em bancos", explica o CEO da startup de moradia flexível NOMAH, Thomaz Guz. Segundo ele, além das questões relacionadas à pandemia, parte desta atratividade é motivada pela atual taxa de juros brasileira.

Em agosto do ano passado, a taxa Selic, como é denominada a taxa básica de juros do país, atingiu a mínima histórica da 2% ao ano. Embora atualmente os juros estejam a 3,50% ao ano, após uma série de altas realizadas pelo Banco Central, este número ainda indica um dos menores níveis históricos. Na prática, os juros baixos refletem diretamente nos custos de crédito imobiliário, o que pode favorecer as condições de compra e ajudar a manter o setor aquecido.

Além disso, de acordo com a consultora de gestão de negócios imobiliários da Austral Engenharia, Graziele Barros, os juros baixos também fazem com que os investimentos em renda fixa se tornem menos atrativos. Como consequência, as pessoas buscam novas formas de investir e, para muitos brasileiros, os imóveis ainda são considerados uma das opções mais seguras. "Uma coisa deve ficar muito clara: imóvel não é renda fixa. Investir em um imóvel é seguro porque você tem um ativo real, mas você não tem garantia de ocupação sempre", alerta a consultora.

Como investir neste setor?

Não existe uma fórmula mágica para transformar as reformas em uma forma de investimento. Entretanto, é fundamental levar alguns pontos em consideração para evitar prejuízos, sendo um dos principais: a análise do mercado. "O cuidado maior que temos que ter é entender que a reforma é um negócio. Uma coisa é onde você mora e outra coisa é o que o mercado pede. Você tem que comprar o que o mercado gosta", explica Graziele.

De acordo com a consultora de negócios imobiliários, é fundamental realizar reformas condizentes com o perfil da localização onde o imóvel está situado. Além disso, no caso de apartamentos, deve-se levar em consideração também o estado do prédio antes de investir em uma propriedade no local.

Já de acordo com Thomaz, uma boa dica para investir no mercado de reformas é minimizar os custos operacionais por meio de projetos que apostam na tecnologia. A NOMAH, por exemplo, transforma imóveis antigos por meio projetos inteligentes, baseados na tecnologia, e faz com que os custos com a reforma sejam minimizados. Consequentemente, a empresa consegue unir projetos modernos com uma rentabilidade maior. "Quanto menor e mais eficiente for o custo operacional, maior será o seu valor", explica o CEO da startup.

"Conforto, funcionalidade e estética! As pessoas perceberam que passar um longo período em casa traz uma percepção muito diferente do ambiente residencial", explica a arquiteta Marcy Ricciardi. Segundo ela, a demanda por alguns ambientes da casa saltou durante a pandemia, como é o caso dos espaços de home office e dos cantinhos de estudo. Outros espaços da casa, como varandas e áreas ao ar livre, também se tornaram mais valorizados nos últimos meses.

Além disso, a arquiteta enxerga uma busca maior por sistemas relacionados à limpeza. "Um item que tenho incluído nas reformas é a aspiração central, antes visto como algo supérfluo, mas que hoje as pessoas entendem que pode ajudar na praticidade", explica Marcy. 

De acordo com Aldemar, contar com profissionais adequados para estas modificações é mais um dos diferenciais valorizados pelos clientes em geral. "Para evitar prejuízos, perda de tempo e dor de cabeça, é importante que você esteja bem assessorado por bons profissionais. Do eventual arquiteto à mão de obra. É nítida a diferença quando entramos em um imóvel que foi reformado por uma equipe especializada e em outros que não tiveram este cuidado. Os clientes também percebem e valorizam estes detalhes", finaliza ele.

FONTE: CASA VOGUE