Índice retoma o progresso no Estado depois de dois meses consecutivos em decaimento
Após dois meses seguidos de queda, o nível de atividade na construção civil cresce no Ceará. O indicador atingiu 51,5 pontos, com aumento de 7,1 pontos em relação ao mês imediatamente anterior. Já no âmbito nacional, o cenário de progressão foi mantido, finalizando o mês com 55 pontos.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Ceará, Patriolino Dias de Sousa, essa alta se dá pelo fato do mercado imobiliário ter obtido muito mais oferta do que demanda nos anos de 2012 a 2015 e, no período de 2015 a 2020, ter sido uma época sem lançamento.
"Durante a pandemia, a construção civil parou por 75 dias e, nos últimos dois anos, esse setor está retornando aos poucos. E, agora, com uma alta demanda, devemos atender esse serviço, mesmo com as taxas de juros e insumos muito altos", relata.
Os dados são da pesquisa Sondagem da Construção, realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador varia no intervalo de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 indicam crescimento/otimismo frente ao mês anterior e, abaixo dos 50, indicam queda/pessimismo.
Para o Nível de Atividade efetivo em relação ao usual na construção, o Estado atingiu 46,5 pontos, um aumento expressivo de 11 pontos quando comparado a julho de 2022. O Brasil permaneceu praticamente estável com 47,1 pontos.
No que diz respeito à Utilização da Capacidade de Operação (UCO), o índice cearense manteve-se constante em relação ao mês anterior, com 62%. Porém, apresentou uma queda expressiva quando confrontado com agosto de 2021, que possuía 73%.
Além disso, o número de empregados na construção estadual registrou recuo, frente ao mês anterior, ao marcar 46 pontos. Esse desempenho demonstra que houve um decréscimo no quadro de funcionários, pois, em julho, o indicador se situou em 48,5 pontos. Em contrapartida, o País continua progredindo em contratações, finalizando agosto com 53,1 pontos.
Expectativas
Em setembro, as expectativas mostraram-se otimistas com relação aos próximos meses, tanto em âmbito estadual quanto nacional.
Nos âmbitos de Compra de Matéria-Prima e Insumos e Nível de Atividade, os indicadores cearenses, com 58,8 e 62,4 pontos, respectivamente, ficaram acima do Brasil.
Já o planejamento do índice de números de empregados de 55,8 pontos, ficou abaixo do nacional, com 56 pontos, porém, houve uma retomada do otimismo para esse setor.
Para Novos Empreendimentos e Serviços, frente ao mês anterior, houve crescimento no Ceará de 4,2 pontos e no Brasil de 0,4 ponto, fechando as expectativas com 55,5 e 56,0 pontos, nesta ordem.
Intenção de Investimentos
Com a melhora nos indicadores da construção, a Intenção de Investimentos seguiu na mesma direção ao avançar 0,9 ponto no Brasil e 4,6 pontos no Ceará. Diante disso, a propensão de investimento de ambas as localidades finalizou o mês de forma semelhante, com 46,8 e 46,9 pontos, respectivamente.
Esse é aumento expressivo em relação a setembro de 2021, que obteve 43,3 pontos no Estado e 41,2 pontos no País.
Para Patriolino Dias de Sousa, essa evolução impacta positivamente na economia. "Esse aumento na intenção de investimentos gera um maior interesse no Estado e, com isso, ele se desenvolve."
