A Nortis Incorporadora e Construtora, do empresário Carlos Terepins, tem R$ 260 milhões para lançar nos próximos 90 dias, em dois empreendimentos imobiliários na cidade de São Paulo, em parceria com a gestora de fundos de private equity e crédito estruturado Hemisfério Sul Investimentos (HSI). Segundo o fundador da Nortis, o mercado imobiliário está melhor do que em 2018 e "bem melhor" do que no período da recessão, mas tem desempenho dependente de avanços na macroeconomia.
A incorporadora, que apresentou R$ 700 milhões ao mercado em 2018, não tem meta de Valor Geral de Vendas (VGV) para 2019. Lançamentos adicionais aos dois já previstos dependerão da conjuntura macroeconômica, dos rumos do mercado imobiliário das rendas média-alta e alta e do ritmo da aprovação de projetos, segundo Terepins.
"Como não somos uma empresa de capital aberto, não temos necessidade de 'guidances' [metas]. Queremos desenvolver bons produtos bem localizados", diz o empresário de 65 anos, que atua no setor imobiliário há quase 40 anos. Daniel Terepins, filho de Carlos e vice-presidente da Nortis, acrescenta que metas de curto prazo são incompatíveis com o ciclo de três anos do setor.
Com VGV de R$ 85 milhões, o primeiro projeto a ser apresentado, neste ano, pela Nortis é um empreendimento de alto padrão nos Jardins, região nobre da cidade de São Paulo, com parte das unidades com um dormitório e área de 80 metros quadrados e outras parcela com dois dormitórios e 94 metros quadrados.
O segundo projeto tem perfil de uso misto, com destaque para o segmento residencial, e será desenvolvido em Pinheiros.
Para o empresário, o maior desafio para a incorporação de empreendimentos na cidade de São Paulo é a "rigidez do Plano Diretor". Segundo ele, as restrições resultam na concentração de projetos nas mesmas regiões e com perfil muito parecidos nos chamados eixos estruturantes (proximidades de metrôs e corredores de transporte público, onde o potencial construtivo aumentou). No chamado remanso (miolos de bairros), acrescenta, as restrições de gabarito de altura máxima e custo de outorga onerosa dificultam a produção.
Dos R$ 700 milhões lançados pela Nortis no ano passado, R$ 480 milhões foram apresentados ao mercado em parceria com a HSI. O restante foi lançado com a Catuaí Construtora e Incorporadora.