A Vedacit dá início, neste ano, à sua estratégia de venda direta de produtos às construtoras e vai buscar aumento de participação no varejo, segmento no qual é líder em produtos para a impermeabilização. Para a fabricante de impermeabilizantes, mantas asfálticas, protetores de superfície, selantes, aditivos para concreto e argamassas, esses movimentos fazem parte do planejamento para dobrar seu tamanho até 2023 em relação ao faturamento obtido no ano passado, que ficou em torno de R$ 400 milhões.
A meta projetada considera que a retomada da economia e do setor de construção ocorrerão, de fato, no segundo semestre de 2020, conforme o presidente da Vedacit, Marcos Bicudo. "Há um soluço de retomada muito incipiente", diz o executivo.
A projeção da empresa para 2019 é elevar o faturamento em 25%, chegando a patamar da ordem de R$ 500 milhões, com aumento do volume em cerca de 15% e ganhos de preço para repasse de custos. O asfalto é a matéria-prima que mais pressiona os custos da Vedacit. De acordo com Bicudo, maio foi o sétimo mês consecutivo em que foi possível "cumprir à risca" o planejamento da empresa.
Os planos para este ano não dependem, segundo o executivo, da aprovação da Reforma da Previdência, mas consideram que não haverá nenhum evento, no país, com impacto na produção e na distribuição, como foi a greve dos caminhoneiros em 2018. "Nosso planejamento não é imune a grandes eventos, mas não considera grande retomada nem do setor nem do país em 2019", diz.
Atualmente, a comercialização de produtos para construtoras de edificações ocorre por meio de revendas e responde por fatia de 10% a 12% do faturamento, participação que a Vedacit espera aumentar para 20% até 2023.
A empresa é uma das participantes da Juntos Somos Mais Fidelização Ltda, operadora de programa de fidelidade nas vendas de produtos para construção civil anunciada no fim de novembro.
Já o aquecimento da comercialização para o segmento de infraestrutura é esperado apenas para o próximo ano. Os produtos da Vedacit já foram utilizados em grandes obras, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu e a Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira. A empresa pretende também que a oferta de serviços relacionados à impermeabilização para construtoras e para o segmento de infraestrutura tenha representação relevante na receita até 2023.
Para dar suporte ao crescimento projetado, a Vedacit não prevê novos investimentos nas fábricas. "Temos capacidade para dobrar o volume produzido com zero de Capex", diz o executivo. A empresa tem fábrica na capital paulista, com capacidade anual de 105 mil toneladas; em Itatiba (SP), com capacidade de 50 mil toneladas, e unidade no Nordeste, com capacidade de 25 mil toneladas.
A fábrica de mantas asfálticas, em Itatiba, é a mais recente, com operações iniciadas em 2016, e recebeu investimentos de R$ 130 milhões. A unidade está operando com apenas um turno e 35% da capacidade, patamar que tende a crescer quando as obras de infraestrutura do país forem retomadas, segundo o presidente da Vedacit. "Somos uma empresa rentável e sem dívida", acrescenta o executivo.
No ano passado, a empresa contratou 130 funcionários. As novas contratações devem somar 220 pessoas, incluindo 2018 e 2019. Atualmente, o número de funcionários administrativos e de fábrica chega a 650 funcionários.
A preparação para a nova fase incluiu a contratação de Bicudo, em 2017, marco no início da gestão profissionalizada da Vedacit, Até então, a presidência tinha sido ocupada apenas por membros da família Baumgart, fundadora da empresa há 83 anos. Antes da Vedacit, Bicudo presidiu a Masisa, o grupo Philips, a Amanco e a SC Johnson Portugal.
A Vedacit tem apostado também em inovação. Em março, a empresa anunciou o nome das cinco start-ups selecionadas para o Vedacit Labs, seu programa de inovação aberta do mercado de impermeabilização, com investimento de R$ 100 mil em cada uma e incentivo para gerar negócios no setor de construção.