Eduardo Vanini
As medidas anunciadas pela Caixa Econômica Federal para aquecer o mercado de crédito imobiliário em 2016 já deixaram empresas e público comprador a postos. Segundo o professor de MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e Construção Civil da Fundação Getulio Vargas, Paulo Pôrto, os impactos imediatos foram dois:
Os corretores já voltaram a procurar seus clientes e os clientes começaram a ter vontade de comprar, observa, ponderando que isso não significa o final das incertezas que rondam o setor. Uma coisa é a empolgação, outra bem diferente é a transação imobiliária, que dificilmente vai ter grandes saltos apenas com esta medida.
O pacote anunciado pela Caixa inclui R$ 16,5 bilhões adicionais destinados ao financiamento de imóveis, aumento da cota de recursos para imóveis usados para 70% e reabertura do financiamento do segundo imóvel.
O consumidor fica com maior acesso a crédito, isto é, quem não podia comprar antes da ampliação da linha de crédito, agora poderá comprar, dependendo de sua poupança, analisa Pôrto.
Ele ilustra que, uma pessoa que queira comprar um imóvel novo, cujo valor de venda é de R$ 300 mil e tem uma poupança de R$ 100 mil, agora consegue obter o financiamento da Caixa, com as novas regras de 70% de aprovação do financiamento. Portanto, se as regras não tivessem sido alteradas, não seria possível fazer um financiamento como este pelo Sistema Financeiro de Habitação.
De acordo com Bruno Teodoro, diretor da Estrutura Consultoria, que funciona como correspondente imobiliário da Caixa, o público voltou a procurar informações sobre o valor do crédito.
Isso é um bom sinal, pois com as altas taxas de juros e o desemprego, o consumidor está mais retraído — diz.
É hora de pesquisar - Para quem deseja fechar negócio, a dica é pesquisar as condições e procurar pelo melhor preço. Na opinião de Teodoro, com tantas ofertas, é possível encontrar boas oportunidades.
Deve haver uma maior tomada de crédito, tanto para compra de novos, quanto usados. O aumento do limite do financiamento do imóvel usado, por exemplo, deve reaquecer não só este mercado, mas também induzir a melhora do mercado de imóveis novos. Isso, para o setor como um todo, é muito positivo.
O vice-presidente de operações da Brasil Brokers no Rio, Bruno Serpa Pinto, também espera um respiro no setor, com essas medidas.
Na contramão de tudo o que vem acontecendo, é uma notícia boa — diz ele, que também prevê maior liquidez nos negócios, pontuando que o cenário no Rio pode ser anida mais favorável: — O mercado carioca tem outros elementos que favorecem a sua liquidez, como as obras de infraestrutura em curso e o aumento da visibilidade trazido pelas Olimpíadas este ano.