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20/02/2025

Novos contratos de aluguel fecharam 2024 com alta de 13,5% (UOL)

Quem alugou um imóvel em 2024 pagou, em média, 13,5% mais caro do que os contratos fechados em 2023 para imóveis similares

Quem alugou um imóvel em 2024 pagou, em média, 13,5% mais caro do que os contratos fechados em 2023 para imóveis similares. O percentual reflete a inflação do aluguel medida pelo Índice FipeZap a partir da média de valores dos contratos novos fechados em plataformas online. O valor está acima da inflação, que fechou o período em 4,83%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O que está acontecendo?

Aluguel está mais caro. A alta do aluguel em 2024 ficou acima da inflação, e quem precisa alugar um imóvel está pagando mais caro. Isso reflete um aquecimento no mercado de aluguéis, o que é bom para proprietários e ruim para inquilinos.

A diferença entre a inflação oficial e os valores de novos contratos de aluguéis é de 8,67 pontos percentuais. Segundo Alison Oliveira, coordenador do FipeZap e pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os aluguéis tiveram uma valorização real significativa, refletindo uma possível pressão de demanda maior do que a inflação geral dos preços.

Embora a alta seja expressiva, ela está abaixo de anos anteriores. Em 2022, o percentual fechou em 16,55% e, em 2023, em 16,16%.

Alta dos últimos cinco anos é de 45,1% (dezembro de 2019 a dezembro de 2024). A variação reflete o reaquecimento do setor imobiliário, a inflação elevada e necessidade de recomposição das perdas pelos proprietários de imóveis que haviam feito negociações desvantajosas nos anos anteriores, incluindo a pandemia de Covid-19.

Imóveis menores estão mais caros

Os imóveis de um dormitório foram os que tiveram o maior aumento no preço do aluguel em 2024, com uma alta de 15,18%. O perfil de quem busca este imóvel é de jovens, solteiros e estudantes que buscam moradia em áreas centrais, famílias com restrição de acesso ao crédito ou idosos que moram sozinhos.

Em segundo lugar, vieram os imóveis de quatro ou mais dormitórios (14,17%). Para Oliveira, essa valorização pode refletir a valorização dos imóveis de alto padrão ou a busca por espaços mais amplos.

Os de dois e três dormitórios registraram variações menores. Os índices ficaram em 12,71% e 12,52%, respectivamente.

Mais emprego e crédito caro explicam fenômeno

Baixo desemprego aumentou o poder de compra das famílias. Isso permitiu que fosse possível bancar aluguéis mais caros, afirma Alison Oliveira.

Alta da Taxa Selic pode estar relacionada à pressão por contratos de aluguel. Isso encarece a concessão de crédito imobiliário e faz as famílias adiarem a decisão de comprar um imóvel, segundo André Paiva Ramos, conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia).

Famílias que moram de aluguel tendem a adiar decisões de aquisição de imóveis, tanto pelos preços já muito elevados em relação à renda, quanto pelo crédito mais oneroso e restrito.André Paiva Ramos, Conselheiro do Corecon-SP

FONTE: UOL