A construtora e incorporadora Cury alcançou um novo recorde financeiro. O lucro líquido da companhia foi de R$ 164,6 milhões no quarto trimestre de 2023, alta de 69,2% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2023, a última linha do balanço somou R$ 495,6 milhões, alta de 42,3% na comparação anual.
“O ano de 2023 ficará marcado na nossa história tanto pelo 60º aniversário da empresa, quanto pelos melhores resultados da companhia. Destaco o recorde de geração de caixa, que comprova a disciplina nos negócios e foco nas operações”, afirmou Fábio Cury, CEO da construtora, em nota.
A geração de caixa atingiu R$ 176,1 milhões no quarto trimestre, ganho de 29,7% na comparação anual. No acumulado do último ano, o indicador alcançou R$ 424,2 milhões, ganho de 42,2% frente a 2022.
Para Leonardo Mesquita, diretor vice-presidente comercial da Cury, os resultados em geração de caixa – e na última linha do balanço – são fruto do trabalho da empresa ao longo dos anos. Mas, para além da própria engrenagem, Mesquita afirma que a Cury se beneficiou do cenário macroeconômico.
O ano de 2023 deu início a um bom ciclo para o mercado imobiliário, especialmente o segmento econômico. A inflação arrefeceu, a taxa básica de juros está em tendência de queda e o governo revisou as condições para o Minha Casa Minha Vida (MCMV), maior programa habitacional para a baixa renda e segmento que responde por 80% da atuação da Cury.
Mesquita ressalta especialmente o aumento do teto, que ampliou as faixas de renda enquadradas no MCMV de R$ 264 mil para imóveis de até R$ 350 mil. “Foi uma medida que ajustou o programa para a realidade do mercado. Junto ao cenário de juros e inflação, nos ajudou a manter a velocidade de vendas em patamares elevados”, disse em entrevista à EXAME.
O melhor, no entanto, ainda está por vir. A Cury não fornece projeções em números (guidance), mas os executivos estão otimistas. “Vamos sentir esses efeitos [de juros e MCMV] mais fortemente em 2024”, ressaltou Mesquita.
Outro ponto que deve impactar positivamente os negócios da empresa é a revisão e aprovação dos planos diretores de suas duas principais praças, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Na capital paulista, o plano foi revisado em julho do ano passado e, na carioca, houve a sanção do prefeito em janeiro deste ano.
“Estamos otimistas para esse ano, tendo em vista o orçamento aprovado para o programa MCMV, que é o maior da história, além das mudanças nos planos diretores de São Paulo e Rio de Janeiro, que devem ampliar as oportunidades para compra de terrenos em nosso foco de atuação”, reforçou o CEO.
Lançamentos e vendas
A Cury lançou 29 empreendimentos em 2023, 20 deles em São Paulo e outros 9 no Rio de Janeiro, atingindo um valor geral de vendas (VGV) de R$ 4,4 bilhões – alta de 34,1% em base anual. No quarto trimestre foram seis empreendimentos lançados, quatro em São Paulo e dois no Rio, com VGV de R$ 856,6 milhões, um avanço de 54% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, a companhia lançou 29 empreendimentos, sendo 20 deles em São Paulo e 9 no Rio de Janeiro, atingindo o VGV de R$ 4,4 bilhões, aumento de 34,1% em relação a 2022. No 4T23, foram lançados 6 empreendimentos, sendo 4 deles em São Paulo e 2 no Rio de Janeiro, com VGV de R$ 856,6 milhões, acréscimo de 54% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os lançamentos impulsionam as vendas. Em 2023, as vendas líquidas somaram R$ 4,2 bilhões, 26,2% acima de 2022. No último trimestre do ano passado, o indicador alcançou R$ 904,7 milhões, ganho de 20,1% na comparação anual.
O preço médio das unidades vendidas no ano foi de R$ 276,4 mil, valor 14,1% maior do que os R$ 242,2 mil registrados no ano anterior. O preço recorde foi de R$ 282,6 mil, alcançado no quarto trimestre.
Balanço da Cury em números
A receita líquida da companhia foi de R$ 811,6 milhões no quarto trimestre, aumento de 39,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No somatório de 2023, a receita foi de R$ 2,9 bilhões, alta de 27,9% em relação ao ano anterior.
O lucro bruto, por sua vez, somou R$ 1,1 bilhão no acumulado do ano, aumento de 30,9% em relação a 2022. O montante do quarto trimestre foi de R$ 313,7 milhões, alta de 41,5% em comparação anual. A margem bruta alcançou 38% no 2023¸ crescimento de 0,9 ponto percentual (p.p.) frente ao ano anterior.
O ano foi também de crescimento no Ebitda, principal indicador de caixa operacional, que subiu 46,5% no quarto trimestre, para R$ 190,7 milhões.