Vale divulga prévia de produção trimestral
A Vale (VALE3) divulgou sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2021. O período foi marcado pelo aumento da produção de minério de ferro e carvão e pela forte queda nos preços do minério de ferro (menos US$ 37 por tonelada do produto com 62% de teor de ferro - referência do mercado - ante o segundo trimestre do ano).
De acordo com o relatório de produção, a mineradora produziu 89,4 milhões de toneladas de minério de ferro, correspondente a uma alta de 18,1% na comparação trimestral e de 0,8% ante o terceiro trimestre de 2020. O forte avanço na base trimestral se deve à melhora sazonal das condições do Sistema Norte, com menores níveis de chuva, garantindo a estabilidade da produção e resultando no aumento do desempenho de Serra Norte e S11D. No acumulado do ano até setembro, a expansão da produção foi de 8%.
Já as vendas de minério de ferro subiram 3,2% no terceiro trimestre, para 67,8 milhões de toneladas em relação ao mesmo intervalo de 2020. E as vendas de pelotas caíram 5% na mesma comparação, para 8,037 milhões de toneladas.
A Vale optou por reduzir as vendas de produtos de minério de ferro de alta sílica em setembro por causa do nível de preços do mercado e dos estoques em trânsito ao longo da cadeia. Como consequência, no quarto trimestre, a Vale deve diminuir a oferta de produtos de alta sílica e baixa margem em cerca de 4 milhões de toneladas, uma vez que a demanda por esse tipo de produto tem sido mais fraca.
Somados, os finos de minério e pelotas alcançaram 75,9 milhões de toneladas de vendas no terceiro trimestre, resultado que, segundo a companhia, ficou em linha com o trimestre anterior. O prêmio do minério de ferro foi de US$ 6,6 por tonelada, US$ 1,8 abaixo do verificado no segundo trimestre, devido aos menores prêmios pagos a minérios de baixo teor de alumina, como o da Vale, e à menor contribuição do negócio de pelotas.
Os resultados operacionais da mineradora vieram mistos, com um forte aumento da produção de minério de ferro e com números de vendas abaixo das expectativas. Esperamos, portanto, um impacto levemente negativo nas ações da Vale.
MRV registra quase R$ 2 bi em lançamentos
A MRV (MRVE3) reportou suas prévias operacionais do terceiro trimestre de 2021. A incorporadora e construtora de imóveis realizou a maior venda de ativos de sua história em um trimestre, na região da Flórida, nos Estados Unidos, por um valor total de R$ 669 milhões. No consolidado, a companhia lançou um VGV (valor geral de vendas) de quase R$ 2 bilhões, um crescimento de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o preço médio por unidade avançou quase 8%.
As vendas líquidas da companhia aumentaram 2,4%, enquanto o preço médio se expandiu em quase 50% na comparação anual. Vale ressaltar que o número discrepante teve como principais responsáveis as unidades nos EUA, pela subsidiária AHS, que têm um ticket médio de quase cinco vezes o restante dos empreendimentos.
Por outro lado, a divisão mais impactada foi a que corresponde ao programa do governo Casa Verde Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, com queda de mais de 10% no VGV lançado, apesar de um crescimento de quase 12% no preço médio por unidade. Houve uma diminuição de mais de 30% no VGV de vendas líquidas no trimestre.
Vale destacar que a MRV segurou lançamentos do Casa Verde Amarela, passando uma parte para o quarto trimestre de 2021 e o restante para o próximo ano, devido a uma expectativa de mudanças no programa. Essa perspectiva foi confirmada no fim de setembro com aumento do teto de renda para a faixa três e redução de juros de financiamento.
Em adição, a empresa teve uma postura agressiva nos preços, na tentativa de segurar margens com o aumento de custos que o setor está vivenciando. Em compensação, a divisão nos EUA, a Luggo (de aluguel de apartamentos) e a divisão de urbanismo tiveram bom desempenho no trimestre, segurando o resultado.
É importante ressaltar que, por ser a maior incorporadora do país e atuar em diferentes tipos de renda da população, a MRV consegue avaliar em qual segmento será mais agressiva, podendo priorizar um e segurar os lançamentos de outro. Na última crise imobiliária do país, a MRV e o segmento de baixa renda conseguiram manter os resultados. E a quebradeira geral atingiu as incorporadoras de classes de renda mais elevadas.