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01/12/2021

O que MRV, Even e outras construtoras esperam para o mercado imobiliário em 2022?

O copresidente da MRV&Co afirmou hoje que pode haver um encolhimento do mercado imobiliário de baixa renda em 2022 e 2023

Executivos de companhias como MRV e Even participaram de uma live nesta terça-feira (30) para falar sobre as expectativas para o mercado imobiliário em 2022, realizada pela consultoria Brain. A seguir, veja as expectativas deles:

MRV

O copresidente da MRV&Co, Eduardo Fisher, afirmou hoje que pode haver um encolhimento do mercado imobiliário de baixa renda em 2022 e 2023. Na avaliação de Fisher, é possível que haja disponibilidade de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas a “inflação muito alta corrói o poder de compra da população”.

A MRV é a maior incorporadora do Brasil e a principal empresa com atuação no programa habitacional Casa Verde e Amarela. O FGTS é a principal fonte de recursos para o programa.


O executivo ressaltou que demanda por imóveis de baixa renda não é problema, considerando-se o elevado déficit habitacional brasileiro. “Os problemas são o crédito, o custo desse crédito e a renda das pessoas. Houve uma explosão do custo imobiliário”, disse o copresidente da MRV.

Even

A atividade do setor imobiliário terá desaceleração, em 2022, na avaliação do presidente da Even, Leandro Melnick. “Vamos ter um grau de atividade menor no mercado imobiliário, mas esse mercado continuará a existir”, disse Melnick.

O presidente da Even citou que as projeções para os anos futuros está muito diferente de quando 2021 se iniciou. “Não imaginávamos que iria haver juros tão altos. Ao custo de construção civil se soma o custo dos juros para o consumidor”, disse.

O presidente da Even ponderou que, considerando-se a inflação, o preço do imóvel ainda está mais barato do que o do último ciclo de crescimento, ocorrido de 2007 a 2014. “O mercado está mais maduro, com nível de estoques mais baixo, as empresas estão mais capitalizadas e com melhora significativa da gestão”, afirmou. Outro ponto citado foi que a “segunda onda” de oferta inicial de ações (IPOs) não se realizou.

O executivo destacou que, para a Even, o ano de 2021 tem sido “muito bom em relação à rentabilidade e ao lucro”. “Vamos revisar nosso planejamento estratégico, o que fazemos a cada cinco anos”, contou.

EZTec

A EZTec dará prioridade, em 2022, ao lançamento de grandes projetos, com preço por metro quadrado de R$ 8 mil a R$ 9 mil, segundo o presidente da companhia, Flavio Zarzur. De acordo com o executivo, o que vai “nortear” a incorporadora serão as expectativas das rendas média e média-alta.

A produção para a alta renda deve ganhar força no segundo semestre, quando o cenário político e econômico começará a ser definido, de acordo com o presidente.

“Temos uma situação muito confortável de caixa e um banco de terrenos diversificado. Vamos lançar um mix de produtos conforme a demanda e a capacidade de colocar produtos no mercado”, disse Zarzur.

Segundo o presidente da EZTec, o período de juros baixos possibilitou que os que os estoque de imóveis fosse desovado. “O financiamento permitiu com que as pessoas adquirissem, em 2020 e no primeiro semestre de 2021, apartamentos acima da renda que eram capazes de comprar”, disse.

Moura Dubeux

O presidente da Moura Dubeux, Diego Villar, disse hoje não acreditar que essa crise seja “muito duradoura”, considerando-se que as incorporadoras não têm nível elevado de estoques de imóveis.

“Entramos numa crise de curto prazo em um momento em que estamos menos alavancadas e com baixo estoque. Na última crise, foi diferente”, disse Villar.

O executivo disse continuar otimista com o mercado. “Haverá um hiato, mas mais curto”, afirmou.

Com atuação concentrada na região Nordeste, a Moura Dubeux não tem sentido redução da velocidade de venda de seus imóveis. “Há menos concorrência no Nordeste”, disse o presidente.

 

FONTE: VALOR ECONôMICO