O brasileiro tem tanta confiança na melhora da economia nos próximos meses quanto tinha logo após o impeachment de Dilma Rousseff. Ou seja, pouquíssima.
Muito além de uma impressão pessoal, isso está demonstrado pelo Índice de Confiança do Consumidor, feito pela Fundação Getulio Vargas, com entrevistas em mais de 1,7 mil domicílios.
Essa falta de confiança mudou os planos de quem pretendia começar uma vida nova em um novo lar. A expectativa de comprar um bem durável, como um apartamento, está 25% menor do que no mesmo período do ano passado.
É uma inesperada depressão depois da euforia. Novamente, graças à pandemia de coronavirus.
O baque no setor imobiliário vem logo depois do melhor mês de fevereiro da história do mercado em São Paulo. A série histórica, que é feita desde 2004, apontou que 3,6 mil unidades foram vendidas, enquanto 2,1 mil foram lançadas no segundo mês do ano.
Março foi um mês morto e, agora, a falta de confiança em dias melhores para além da quarentena tem levado investidores do mercado imobiliário a repensar seus caminhos.
As ações de empresas do setor estão com preços mais baixos do que logo antes da crise, mas é interessante notar que algumas estão sendo vendidas muito mais caro do que há exatamente um ano. Trisul e EZ Tec, por exemplo, tiveram uma valorização de 62% e 60%, respectivamente.
É um setor que estava em franca recuperação e, agora, vai ter que colocar o pé no freio, de novo. Quem é da área lembra o bordão: o setor imobiliário é o primeiro a sentir e o último a sair de uma crise.
Nos fundos de investimento imobiliário, que captam de investidores para aplicar em empreendimentos e empresas do setor, a desvalorização atingiu todos os segmentos. Os que investem em hotéis, viram sua rentabilidade cair 35% neste ano. Os que atuam no segmento hospitalar, sentiram uma queda de 10% até o último dia 14