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10/02/2025

OPINIÃO: Bem-estar e conexão com a natureza têm papel central no mercado imobiliário (Estadão Imóveis)

Luciano Amaral é CEO da Benx

Luciano Amaral é CEO da Benx

Por: Luciano Amaral

 

Cada vez mais, percebe-se que os espaços onde vivemos impactam diretamente nossa saúde física e mental, impulsionando o mercado imobiliário a integrar soluções que vão além da funcionalidade e do conforto. 

Se antes esses conceitos eram associados apenas a empreendimentos de alto padrão, hoje, incorporadoras vêm inovando para oferecer qualidade de vida a um público mais amplo, diversificando áreas comuns e criando ambientes que incentivam um estilo de vida saudável, independentemente da faixa de preço.

Esse movimento reflete uma tendência global que já movimenta cifras expressivas. O mercado de wellness foi responsável por um volume de negócios de aproximadamente US$ 438 bilhões em 2023 e deve mais do que dobrar até 2028, atingindo US$ 913 bilhões, segundo o Global Wellness Institute.

O crescimento vem sendo impulsionado por uma mudança no comportamento da sociedade, que valoriza empreendimentos que oferecem um lugar para morar em conjunto com uma experiência completa de bem-estar. 

Espaços planejados para favorecer a saúde, como áreas verdes, ambientes pensados para a redução do estresse, iluminação e ventilação naturais e o incentivo à mobilidade ativa, passaram a ser um diferencial competitivo e um elemento essencial na decisão de compra dos consumidores.

A sustentabilidade e a conexão com a natureza também ganharam um papel central nesse novo cenário. Incorporadoras vêm apostando em práticas que promovem ambientes mais saudáveis, como jardins internos, varandas com vegetação nativa, telhados verdes e espaços ao ar livre que incentivam o contato com o meio ambiente. 

O design biofílico, que busca a integração entre espaços construídos e elementos naturais, é amplamente adotado por seu impacto positivo na qualidade do ar, na redução do estresse e na criação de uma atmosfera mais agradável e acolhedora para os moradores. Além disso, iniciativas de resgate de espécies nativas e a preservação da biodiversidade urbana demonstram que é possível construir sem abrir mão do respeito ao meio ambiente.

O bem-estar está se tornando um fator presente em diversos tipos de projetos. Espaços para coworking, áreas de lazer integradas, bicicletários, hortas comunitárias e ambientes de convivência estão presentes nos novos lançamentos, tornando a experiência de morar mais equilibrada e acessível. Esse movimento democratiza o conceito de wellness, criando oportunidades para que diferentes perfis de moradores usufruam de benefícios que eram encontrados apenas em empreendimentos de médio e alto padrão. 

Paralelamente, o mercado de luxo continua a se reinventar, oferecendo itens de bem-estar cada vez mais exclusivos, como spas completos, espaços de meditação, obras de arte, sistemas de automação e academias equipadas com tecnologia de ponta.

Certificações

Para garantir que essas transformações sejam implementadas com eficácia, incorporadoras buscam certificações ambientais e de qualidade de vida, como WELL, FITWEL e LEED, que estabelecem padrões para eficiência energética, sustentabilidade e impacto positivo na saúde dos moradores. 

O WELL Building Standard avalia critérios como qualidade do ar e da água, conforto térmico, acústico e lumínico, assegurando que os ambientes construídos favoreçam o bem-estar. 

Já o FITWEL considera fatores como incentivo à mobilidade ativa, espaços de socialização e a criação de ambientes que estimulam hábitos saudáveis. 

As certificações de saúde e bem estar em empreendimentos são um bom complemento às certificações de sustentabilidade, como o AQUA e o EDGE. A combinação delas garantem edificações mais eficientes, resilientes e saudáveis e os grandes benefícios são usufruídos e desfrutados pelos usuários dessas edificações. 

O futuro do mercado imobiliário aponta para uma integração de bem-estar, tecnologia e sustentabilidade. Sistemas inteligentes de iluminação e ventilação, que se ajustam ao ciclo circadiano dos moradores, sensores que monitoram a qualidade do ar e soluções que incentivam práticas saudáveis dentro de casa são algumas das inovações que já estão sendo incorporadas aos projetos. 

Esse movimento mostra que o bem-estar não é mais apenas um diferencial, mas uma necessidade essencial para o futuro da habitação. 

FONTE: ESTADãO IMóVEIS