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13/04/2018

OR vende projeto corporativo para HSI

Segundo fontes que acompanham o mercado corporativo da cidade de São Paulo, um negócio dessa dimensão, e com essas características, não fica abaixo do patamar de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões.

A OR Empreendimentos e Participações - incorporadora do grupo Odebrecht - deu mais um passo no processo de venda de ativos para reduzir seu endividamento e equilibrar sua situação financeira. Conforme antecipou o Valor PRO, ontem à tarde, a empresa vendeu para a Hemisfério Sul Investimentos (HSI) o projeto corporativo do Parque da Cidade, em São Paulo. O negócio abrange terreno, projeto aprovado de três torres e Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac). Procuradas, OR e HSI não se pronunciaram.

Segundo fontes que acompanham o mercado corporativo da cidade de São Paulo, um negócio dessa dimensão, e com essas características, não fica abaixo do patamar de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões. A incorporadora vai direcionar os recursos para pagamento de dívida e para necessidade de capital de giro, segundo fontes.

No fim de 2016, a OR tinha dívida bruta de R$ 2,8 bilhões. A dívida líquida, de R$ 2,597 bilhões, correspondia a 5,55 vezes o patrimônio líquido. A empresa ainda não publicou o balanço de 2017.

No ano passado, a holding do grupo Odebrecht, teve de injetar dinheiro para reforçar a estrutura de capital da OR. Uso recursos da venda da área ambiental para Brookfield. Com a venda desse projeto, a incorporadora vai ganhar um conforto financeiro.

A Tishman também participou da concorrência pelo projeto corporativo do Parque da Cidade.

O Valor apurou que a HSI ainda não definiu a construtora que vai erguer os prédios corporativos, mas que a intenção é iniciar as obras em breve. Não é a primeira vez em que a gestora de fundos de private equity imobiliário e crédito estruturado compra um ativo do Parque da Cidade. A HSI adquiriu torre comercial de padrão triple A, no início de 2016, e vendeu o prédio para a chinesa Fosun em agosto do ano passado.

Segundo fontes, a OR está perto de fechar outra negociação de ativo do Parque da Cidade - a venda de projeto residencial para a EZTec. As condições comerciais do negócio já estariam definidas. O terreno para o empreendimento residencial é avaliado por cifra próxima a R$ 100 milhões. O Valor Geral de Vendas (VGV) do projeto, que abrange duas torres de alto padrão, pode chegar a R$ 500 milhões.

Outra incorporadora que participa da disputa por esse projeto residencial é a Tegra (ex- Brookfield Incorporações), de acordo com fontes. A Tegra tem sido uma das empresas que vêm se destacando na negociação de terrenos no mercado paulistano. Procuradas, EZTec e Tegra não comentaram.

Localizado na zona Sul da cidade de São Paulo, o Parque da Cidade é o segundo maior empreendimento da OR, com VGV total estimado em R$ 4 bilhões, atrás apenas do Reserva do Paiva, em Recife. Em novembro do ano passado, o presidente da OR, Marco Siqueira, disse ao Valor que a incorporadora pretendia reduzir sua exposição da grandes projetos. Na ocasião, Siqueira informou que isso não significaria, necessariamente, vender parte da fatia da empresa em cada projeto, mas também ajuste do ritmo de lançamentos.

Desde novembro, a incorporadora adotou o nome OR Empreendimentos e Participações em substituição a Odebrecht Realizações Imobiliárias. A mudança integrou realinhamento das empresas do grupo, um dos mais envolvidos na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Naquele momento, o presidente disse também que a empresa está se preparando para seu novo ciclo imobiliário, com início esperado para 2019.

A previsão de lançamentos da OR, neste ano, é de R$ 600 milhões a R$ 800 milhões. Em 2019, de R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão.

FONTE: VALOR ECONôMICO