A profecia do fim do escritório não se concretizou. Depois de um ano de paralisia nos negócios por conta da pandemia do coronavírus, 2021 foi marcado pelo avanço da vacinação e a reativação do bilionário negócio de venda e locação de lajes corporativas em São Paulo, principal centro financeiro do Brasil.
O ambiente macro é desafiador: com a taxa Selic em perspectiva de alta, os fundos de investimento imobiliário (FII) de tijolo, um dos principais veículos de capital para grandes transações, enfrentam dificuldades com cotações abaixo do valor patrimonial.
O levantamento dos maiores negócios em São Paulo em 2021 foi feito pela SiiLA, empresa com atuação em dados e análises do mercado imobiliário da América Latina, a pedido da Bloomberg Línea. Algumas operações – como a venda da sede da Globo na cidade para um fundo gerido pela Vinci Partners – surpreenderam o mercado.
#1 – Miss Silvia, JK 1455, Faria Lima Square, Faria Lima Financial Center: R$ 1,77 bilhão
Quem comprou: Brookfield
Quem vendeu: SYN
Área bruta locável: 49.339 m²
Como foi a operação: A SYN (ex-CCP) vendeu para a Brookfield quase 50 mil metros quadrados em quatro imóveis em São Paulo. O negócio foi anunciado em outubro.
#2 – Rochaverá: R$ 1,255 bilhão
Quem comprou: BTG, Kinea e Safra
Quem vendeu: Shaula Empreendimentos e Participações
Área bruta locável: 50.789 m²
Como foi a operação: Em fevereiro de 2021, fundos do BTG, Kinea e Safra compraram dois prédios que fazem parte do complexo Rochaverá.
#3 – Complexo JK – Bloco B (antiga Daslu): R$ 555 milhões
Quem comprou: JFL Must Empreendimento Imobiliário Ltda
Quem vendeu: BR Properties
Área bruta locável: 16.847 m²
Como foi a operação: Em agosto, o icônico bloco B, que no passado abrigou a Daslu, antigo templo do luxo em São Paulo, foi vendido pela BR Properties para a JFL. O negócio envolveu 55% do prédio.
#4 – Sede da Globo em SP: R$ 522 milhões
Quem comprou: Fundo Vinci Offices
Quem vendeu: Grupo Globo
Área bruta locável: 39.000 m²
Como foi a operação: Inaugurado em 1999, o complexo-sede da Globo é um colosso na região da Chucri Zaidan com estúdios e escritórios. A operação conduzida pela Vinci Partners está ancorada em um contrato atípico de 15 anos em que a vendedora passará a ser inquilina.
#5 – River One: R$ 420 milhões
Quem comprou: Fundo RBR Properties
Quem vendeu: SDI
Área bruta locável: 23.625 m²
Como foi a operação: O negócio foi anunciado em fato relevante em 8 de dezembro. A RBR pagou R$ 200 milhões à vista, como sinal, e o restante será pago no primeiro semestre do próximo ano.
#6 – Pátio Victor Malzoni (Torre Norte): R$ 364,8 milhões
Quem comprou: Fundo gerido pela Bluemacaw (Catauí Triple A)
Quem vendeu: Victoire 3 Imobiliária e Participações do Brasil
Área bruta locável: 8.103 m²
Como foi a operação: Em setembro de 2021, o fundo BLCA11 - Bluemacaw Catuaí Triple A comprou o 2º, 11º, 13º, 17° 18°e 19° andares da torre norte do Pátio Victor Malzoni. O complexo é um dos mais famosos do distrito financeiro de São Paulo e abriga gigantes, como o BTG Pactual.
#7 – Complexo JK – Bloco B (antiga Daslu): R$ 184,7 milhões
Quem comprou: Fundo VBI Prime Properties
Quem vendeu: BTG Pactual
Área bruta locável: 5.333 m²
Como foi a operação: Em junho, o fundo da VBI adquiriu 20% do antigo complexto da Daslu
#8 – Union Faria Lima: R$ 176,5 milhões
Quem comprou: Fundo VBI Prime Properties
Quem vendeu: Dublin Empreendimento Imobiliário SPE
Área bruta locável: 5041 m²
Como foi a operação: Em abril, o fundo da VBI comprou 50% do prédio-boutique, que deve ser entregue em 2023.
#9 – JK Financial Center: R$ 124 milhões
Quem comprou: Fundo Rio Bravo Renda Corporativa
Quem vendeu: Aquarius Empreendimentos e Participações Ltda.
Área bruta locável: 4466 m²
Como foi a operação: Em outubro, o fundo RCRB11, gerido pela Rio Bravo, adquiriu os andares 8º, 9º, 10º, 11º e 12º do JK Financial Center.
#10 – Funcef Center: R$ 81,7 milhões
Quem comprou: São Carlos Empreendimentos e Participações
Quem vendeu: Funcef
Área bruta locável: 7.500 m²
Como foi a operação: Como parte da reestruturação da carteira imobiliária, o Funcef finalizou a venda de sua participação no edifício no último dia 17 de dezembro. É o único dos 10 imóveis da lista a estar localizado na região da Paulista. Com a São Carlos, edifício passará a se chamar Paulista Office Park