São Paulo - Para comprar um imóvel de 70 metros quadrados no Leblon, o bairro mais caro do Rio de Janeiro, é preciso desembolsar nada menos que 1,537 milhão de reais. Já um imóvel com a mesma área na Vila Nova Conceição, o bairro mais valorizado de São Paulo, cai para 1,084 milhão de reais. E em Funcionários, o bairro mais caro de Belo Horizonte, o valor cai ainda mais, para 649 mil reais.
Os preços foram calculados com base nos valores médios de metro quadrado apurados pelo mais recente Índice FipeZap, referente a dezembro, que mede as variações no valor médio do metro quadrado dos imóveis anunciados em 20 cidades brasileiras.
Ainda que o índice acompanhe os preços médios de 20 cidades, os valores por bairros são detalhados apenas para Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Os dados revelam que os preços são muito discrepantes entre uma cidade e outra e que, apesar do desaquecimento do mercado imobiliário, os valores permanecem altos nos bairros mais valorizados das três cidades, mas no caso do Rio e de São Paulo, os preços chegam a ser assustadores.
Segundo o índice, o Rio de Janeiro registra o valor médio do metro quadrado mais caro das 20 cidades do FipeZap: 10.438 reais, o que equivaleria a 730.660 reais para um apartamento de 70 metros quadrados. São Paulo aparece em segundo lugar, com metro quadrado de 8.619 reais, o equivalente a 603.330 reais para um imóvel de 70 metros quadrados.
Já Belo Horizonte aparece um pouco mais abaixo na lista, em sétimo lugar. O preço médio do metro quadrado na cidade é de 5.837 reais, ou o equivalente a 377.090 reais para um apartamento de 70 metros quadrados.
Variações - O preço médio nas 20 cidades acompanhadas pelo FipeZap registrou valorização de apenas 1,3% em 2015. Ao considerar o efeito da inflação, o índice mostra que os preços registraram queda real de 8,48% no ano passado.
Ainda que o Rio de Janeiro continue com o metro quadrado mais caro do país, os preços dos imóveis na cidade caíram 1,36% em 2015. Em termos reais (considerando a inflação), os imóveis na cidade registraram queda de 10,58%.
Já em São Paulo, os imóveis subiram 2,51% no ano, mas registraram queda real de 7,07%. Em Belo Horizonte, os preços se mantiveram estáveis.
Especialistas acreditam que, assim como em 2015, os preços dos imóveis devem permanecer em baixa em 2016. Com o aumento do desemprego, a menor confiança dos consumidores e as restrições no crédito imobiliário - cujas taxas de juros estão elevadas - a demanda por imóveis diminui, o que pressiona os preços para baixo (confira as tendências nos preços dos imóveis para 2016).
Vale ressaltar ainda que vendedores costumam resistir a reduzir o preço de venda de seus imóveis, assim, índices como o FipeZap, que mostram preços de imóveis anunciados, podem demorar alguns meses para refletir quedas nos valores, ainda que os preços efetivamente praticados nas vendas de imóveis já possam estar caindo.
Como a situação econômica tem se agravado e ainda não é possível observar sinais consistentes de que o quadro irá se reverter em um futuro breve, é de se esperar que o índice apresente novas quedas ao longo de 2016.