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10/04/2018

País precisa de política pública de habitação, diz Souza, da Caixa

Segundo Souza, o enfrentamento da questão tem ocorrido por meio do Minha Casa, Minha Vida. A saída são parcerias, na avaliação do presidente da Caixa, entre governos federal, estaduais e municipais, além da iniciativa privada.

O grande desafio do Brasil é como tornar perene o "funding" da habitação, segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza. Nas últimas duas décadas, ressaltou, com a melhora da economia, a construção civil avançou e, com a piora, o setor sofreu e muitas empresas desapareceram. É preciso haver, segundo ele, política de desenvolvimento urbano perene para habitação, saneamento e infraestrutura.

"Precisamos ter políticas públicas que vão ao encontro da demanda", disse o presidente da Caixa. A maior parte de demanda do Brasil por habitação se concentra em famílias com até três salários mínimos de renda.

"O 'x' da questão é encontrar recursos para habitação de interesse social. Nem o governo federal, nem estadual, nem municipal conseguirá recursos para resolver esse déficit. Estamos enxugando gelo. Praticamente, não sobra orçamento para investimento."

Segundo Souza, o enfrentamento da questão tem ocorrido por meio do Minha Casa, Minha Vida. A saída são parcerias, na avaliação do presidente da Caixa, entre governos federal, estaduais e municipais, além da iniciativa privada. "Vejo com bons olhos evoluirmos como braço financiador das PPPs", disse, ressaltando que é necessário cuidado com as garantias. Para que as parcerias funcionem bem, a iniciativa privada precisa abrir mão de parte do lucro, diz.

Souza também defendeu a Letra Imobiliária Garantida (LIG). "Esse mercado se consolidará em, no mínimo, três anos. A Caixa será o grande consolidador desse mercado e tem lastro para esses títulos", disse. Souza ressaltou que é necessário também que haja segurança jurídica e destacou que marcos como patrimônio de afetação e alienação fiduciária contribuíram muito para o avanço do setor.

"O mundo tem recursos sobrando que querem chegar ao Brasil, mas é preciso haver segurança", afirmou o presidente da instituição financeira, que participou ontem do Summit Imobiliário 2018, em São Paulo.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO