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04/04/2024

País precisaria investir quase R$ 2 trilhões em uma década para zerar déficit habitacional, diz Cbic (Estado de S.Paulo)

Hoje a falta de habitações é de 6,3 milhões de residências no País, número que ficou 5% acima da pesquisa anterior, de 2019

O investimento necessário para acabar com o déficit habitacional no País nos próximos dez anos é de R$ 1,975 trilhão, de acordo com estudo divulgado hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

 

Com esse volume de recursos, seria possível fornecer moradia para as 6,3 milhões de pessoas que, atualmente, vivem em locais inadequados e, também, atender a demanda por residências que vai surgir na próxima década, estimada em 6,6 milhões.

 

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) - principal veículo de investimento em habitação no País - tem um orçamento aprovado de R$ 394 bilhões até 2026, o que está aquém do necessário para combater a falta de moradias, indicou o estudo.

Isso ajuda a explicar, em parte, porque o déficit vem aumentando apesar dos aportes realizados no setor. O déficit habitacional atual de 6,3 milhões de residências ficou 5% acima da pesquisa anterior, de 2019, segundo dados da Fundação João Pinheiro utilizados pela CBIC.

 

Vale notar também que 75% do déficit está concentrado nas famílias com renda de até R$ 2,6 mil, enquadradas na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. A produção de moradias neste segmento é o que exige mais subsídios para garantir que as famílias de baixa renda tenham acesso. Em muitas ocasiões nos últimos anos, a produção na faixa 1 do MCMV ficou estagnada por falta de recursos.

 

Outros 20% do déficit estão nas famílias que ganham entre R$ 2,6 mil e R$ 4,4 mil, correspondente à faixa 2 do MCMV; e apenas 5% nas famílias com renda de R$ 4,4 mil a R$ 8,0 mil, que se referente à faixa 3 do programa. As faixas 2 e 3 têm menos subsídios, já que as famílias têm maior poder de compra.

 

O presidente da CBIC, Renato Correia, ressaltou que a efetivação dos investimentos em moradia teria um potencial de movimentar a economia brasileira de forma expressiva. Segundo ele, o incremento potencial seria de 10% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) em uma década.

 

“Quando se investe em construção há o retorno econômico, com aumento de arrecadação, do PIB, geração de empregos. Mas há também o retorno social, com a dignidade e cidadania das famílias”, declarou.

O estudo a CBIC mostrou que a arrecadação de tributos no setor da construção aumentaria em R$ 584 bilhões em uma década, e que o investimento no período seria capaz de gerar 9,2 milhões de postos de trabalho no setor. Voltar ao Índice

 

 

Financiamentos imobiliários crescem em fevereiro (Sinduscon - SP – Imobiliário – 02/04/2024)

 

Mas registram quedas no bimestre e no acumulado de 12 meses, segundo a Abecip

Em fevereiro de 2024, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 10,5 bilhões, crescimento de 8,9% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2023, houve leve queda de 0,4%.

 

Os dados são da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

No primeiro bimestre, o volume financiado foi de R$ 20,1 bilhões, com retração de 10,4% em relação a igual período de 2023.

No acumulado de 12 meses até fevereiro, o volume financiado somou R$ 150,3 bilhões, recuo de 14,2% sobre o período imediatamente anterior.

 

Unidades financiadas

 

Foram financiados em fevereiro de 2024, nas modalidades de aquisição e construção, 30,6 mil imóveis. Comparado a janeiro, houve alta de 8,2%. Já em relação a fevereiro do ano passado, houve retração de 17,7%.

No primeiro bimestre de 2024 foram financiados 58,8 mil imóveis, resultado 25,1% inferior ao de igual bimestre de 2023.

No período de 12 meses encerrado em fevereiro de 2024, foram financiados 479,4 mil imóveis, 29,4% a menos que no período precedente.

 

Queda na Poupança

Em fevereiro, a captação líquida das cadernetas de poupança voltou a mostrar desempenho negativo, efeito frequente em início de ano, decorrente da forte concentração de gastos que compromete, em alguma medida, os orçamentos domésticos.

Entretanto, nota-se maior resistência da poupança neste ano, talvez por decorrência de melhora no ambiente econômico, segundo a Abecip. Com isso, a perda mostrada pela captação líquida de fevereiro deste ano, de R$ 3,4 bilhões, foi inferior à de fevereiro do ano passado, de R$ 8,6 bilhões.

 

Em fevereiro, o crédito de rendimentos superou o volume de saídas de recursos apontada pela captação líquida, de modo que o saldo das cadernetas encerrou fevereiro ligeiramente acima daquele de janeiro (+0,09%). Já em relação a fevereiro do ano passado, ainda houve queda de 0,51%. 

FONTE: ESTADO DE S.PAULO