A Paramis Capital prepara o lançamento de fundos imobiliários, consolidando a estratégia de acelerar a área de gestão de ativos, lançada há um ano. A expectativa da empresa, que tem histórico de mais de R$ 3 bilhões de operações financeiras no setor imobiliário, é captar R$ 650 milhões em 2022.
“O ano é mais difícil. Os juros altos impactam o setor imobiliário e, além das incertezas das eleições, a guerra da Rússia traz pressões inflacionárias. Ao mesmo tempo, traz oportunidades no setor imobiliário”, diz o sócio da Paramis, Danilo Ribeiro. Um dos fundos é focado em ativos ilíquidos e situações oportunísticas, como imóveis adquiridos principalmente em leilões judiciais e extrajudiciais.
Recentemente, o fundo comprou salas comerciais de alto padrão que foram leiloadas em São Paulo. Neste veículo, a estratégia é alavancar as aquisições por meio de emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).
Apesar do ano mais complexo, o público-alvo, de investidores profissionais, como family offices e gestoras, é mais focado em retornos de médio e longo prazos, ao contrário do investidor de varejo, que busca especialmente na distribuição de proventos uma renda mensal, acrescenta Ribeiro. O principal foco da gestora serão fundos de gestão ativa, mirando retornos anuais acima de 15% ao ano. Futuramente, a Paramis cogita abrir os fundos para o público em geral, mas ainda não há previsão.
Outra estratégia da área de gestão de ativos é voltada para a antecipação de recebíveis de taxas de condomínios residenciais por meio de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). A casa já possui um fundo e um segundo está em fase de estruturação. Os focos são as oportunidades com retorno “high yield” para financiamento de projetos imobiliários, com componentes de retorno fixado, além de uma participação nos resultados dos empreendimentos imobiliários. O fundo terá prioridade para recebimento do retorno esperado em relação ao desenvolvedor.
A empresa, com sede no Rio, atua há 14 anos como assessora financeira e tem experiência em financiamento de obras, securitização, alavancagem para aquisições ou participação em negócios. No ano passado, esse segmento atingiu R$ 1 bilhão. Deste total, cerca de R$ 900 milhões foram em CRIs.
Além de Ribeiro, a empresa tem como sócios-fundadores Silvio do Vale e Antonio Ramos, que atuam na companhia desde 2009. Carlos Bacha (ex-Gávea e Patria) e Rafael Campos (ex-BTG e BR Investimentos) foram integrados à equipe há quatro anos. Mais recentemente, a casa reforçou o time de gestão de recursos de terceiros com Andreas Yamagata (ex-Brasil Brokers, Gafisa e Cyrela) e Ricardo Mateoli (ex-Brasil Plural). Além deles, Andre Petersen, ex-Credit Suisse e sócio-fundador da Quadra Capital, é conselheiro e principal membro do comitê de investimentos.
(Matéria publicada em 01/04/2022)
