O setor de incorporação comemorou as medidas de crédito imobiliário anunciadas nesta quinta-feira (9) pela Caixa Econômica Federal, mas parte das empresas lamentou que o pacote de medidas não tenha incluído redução da taxa de juros para os compradores de unidades. “As taxas de financiamento imobiliário praticadas hoje são desproporcionais à Selic atual e à projetada”, diz um executivo que pediu para que seu nome não fosse citado.
O presidente da Tegra, Ubirajara Spessotto de Camargo Freitas, conta que o setor de incorporação — principalmente o segmento de médio e alto padrão — tem conversado com a Caixa solicitando a diminuição dos juros cobrados. “A taxa está hoje entre 7,9% e 8,2% mais TR. Há toda a condição de reduzi-la para 5% mais TR. Se houver essa redução por 90 ou 120 dias, será espetacular”, diz o presidente da Tegra.
O fundador da Tecnisa, Meyer Nigri, afirmou que a redução de juros, se tivesse sido incluída, no pacote, “ajudaria muito a reduzir a primeira parcela ao comprador”. “Neste momento, a Caixa poderia ter um papel mais social”, diz Nigri. O empresário ressalta que a cada ponto percentual de queda dos juros muitas famílias passam a ter acesso ao financiamento imobiliário. Já os pontos contemplados no anúncio foram considerados por ele como de grande ajuda para incorporadoras, para quem já comprou imóvel e para quem vai adquirir a unidade.
Outra medida solicitada pelo setor ao banco público, segundo o presidente da Tegra, é o aumento da parcela financiada em relação ao valor do imóvel. Ele compara que a fatia está hoje em 80%, ante os 90% dos outros bancos.
O terceiro pleito, de acordo com Freitas, é o aumento do percentual máximo da renda que pode ser comprometido nos financiamentos imobiliários com lastro em IPCA. Enquanto no crédito lastreado em TR, o comprometimento máximo é de 30%, no financiamento em IPCA, a fatia não pode superar 20%. O presidente da Tegra avalia que o máximo poderia ser ampliado para 25%.
Freitas ressaltou que as medidas anunciadas hoje são muito importantes para o setor imobiliário e que darão fôlego aos compradores de imóveis e possibilitarão maior acesso a recursos pelas incorporadoras.