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02/06/2017

Patrimóvel faz feirão para cortar estoques

O problema é que o mercado praticamente parou devido à crise econômica. A estratégia das construtoras agora, disse o diz o presidente da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos, é oferecer descontos superiores a 30%. "

A Patrimóvel, maior imobiliária do Rio de Janeiro, organiza um feirão no próximo fim de semana para tentar reduzir o grande estoque de apartamentos na cidade. A empresa contabiliza cerca de seis mil imóveis encalhados no Rio, mais de 80% dessas unidades estão localizadas na zona oeste carioca.

Foi essa região que recebeu os principais investimentos das construtoras nos anos anteriores, de olho no legado dos Jogos Olímpicos. Somente o condomínio Ilha Pura, que serviu de Vila dos Atletas durante os Jogos Rio 2016, tem mais de três mil unidades não vendidas. O empreendimento, no entanto, não participa do feirão, chamado de "Última Chamada".

O problema é que o mercado praticamente parou devido à crise econômica. A estratégia das construtoras agora, disse o diz o presidente da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos, é oferecer descontos superiores a 30%. "O mercado está no fundo do poço, todo mundo está vendendo por preços abaixo de reposição", afirmou o empresário. O faturamento da Patrimóvel foi de R$ 900 milhões em 2016, cerca de 75% inferior ao observado em 2014, antes da economia brasileira entrar em recessão.

O plano é vender o estoque agora, conseguir pagar as dívidas e partir para um novo ciclo imobiliário, de acordo com Vasconcelos. "Estamos vendendo hoje para fazer caixa e pagar as dívidas de produção. Ocorreram muitos distratos e as construtoras estão em dificuldades", acrescentou Rubem Vasconcelos.

A ideia, contudo, pode ficar pelo caminho porque a recuperação do mercado imobiliário que começava a se desenhar pode se desfazer devido a recente crise política. "Estourou essa bomba que pode atrapalhar a recuperação da conjuntura", disse o empresário, se referindo a crise política desencadeada pela delação do grupo J&F.

Segundo o executivo da Patrimóvel, as vendas começavam a sair do chão puxada por compradores finais, aqueles que compram o imóvel para morar, e com valores até R$ 500 mil.

O evento, organizado pela Patrimóvel e Lopes Rio, marcado para o fim de semana, na Barra da Tijuca, reúne 15 construtoras e disponibiliza mais de mil unidades residenciais e comerciais. A meta é vender pelo menos 120 unidades durante o feirão.
Sem dinheiro, a propaganda está sendo feita basicamente pela internet. O desafio é chegar atingir o comprador sem gastar muito com anúncios. "O mercado está muito difícil", lamentou.

FONTE: VALOR ECONôMICO